Os industriais do setor madeireiro do Nortão estão otimistas com a aprovação, ontem, da lei estadual, que transfere as atribuições do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), para a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema). Com cerca de 50% da atividade paralisada na região (por falta de planos de manejo- muito deles que não vinham sendo liberados pelo Ibama) as indústrias madeireiras esperam agilidade nos atendimentos e liberação de planos de manejo – obrigatórios para que possam extrair toras e buscar a retomada da normalidade do setor. Só em Sinop cerca de 60% das madeireiras estão paradas por falta de estoques.
“É oportuno que o Estado assuma agora. Já era tempo. Agora a dinâmica vai ser outra, e esperamos ser atendidos”, ressalta o presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras de Mato Grosso (Sindusmad), Jaldes Langer, referindo-se a demora nas liberações dos planos de manejo pelo Ibama, que culminou na paralisação de algumas empresas e mais de 3,5 mil demissões.
“A nossa expectativa é muito grande, já que o Estado tem interesse em fomentar e fortalecer o setor”, complementou, em entrevista ao Só Notícias. Segundo ele uma das principais vantagens da nova lei, que facilitará o reaquecimento da atividade na região, será a liberação imediata de 30% dos planos de manejo que estejam de acordo com as exigências legais. “Em algumas situações tínhamos que esperar até um ano para ser liberado o plano”, enfatiza.
Langer acredita que a secretaria começar a despachar planos de manejo, em janeiro, (autorizando extração emergencial de 30% do talhão anual dos respectivos projetos para extrair toras) o setor consiga se reerguer a partir de março, inclusive restabelecendo as milhares de demissões geradas a partir de junho, quando foi deflagrada a operação Curupira na região.
Muitas madeireiras estão com as portas fechadas. Outras aproveitaram as festividades de final de ano, e o início das chuvas, para dar férias coletivas aos funcionários, e só retornam as atividades em janeiro.
A crise no setor madeireiro atingiu em cheio a economia de várias cidades do Norte Mato-grossense. Muitas prefeituras, devido a queda na receita, reduziram serviços prestados e horário de expediente.