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Serviço Geológico de ministério questiona potencial de jazidas em MT

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O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) do Ministério de Minas e Energia questionou as informações governo de Mato Grosso sobre a megajazida de 11,5 bilhões de toneladas de ferro e 427 milhões de toneladas de fosfato no município de Mirassol D´Oeste, na região da fronteira com a Bolívia. O jornal Valor Econômico aponta que, especializada em organizar e sistematizar os dados geológicos do país, a CPRM informou “não ser possível corroborar” estimativas e dados apresentados. A empresa pública afirmou ter encontrado “apenas teores positivos” de ferro entre 30% e 40% e “altos teores” de até 6% em afloramentos de fosfato situados na Serra do Caeté. “Não temos esses dados e não podemos corroborar as afirmações do governo de Mato Grosso”, afirmou, por meio da assessoria, o presidente da CPRM, Agamenon Dantas. A empresa tem um convênio com Mato Grosso dentro do chamado Projeto Fosfato Brasil.

O governador Silval Barbosa afirmou, por meio da assessoria, que o anúncio “não é blefe” e que a CPRM tem cautela “por motivos de mercado”. O secretário estadual de Indústria, Pedro Nadaf, tentou explicar a equação que levou à estimativa de dimensão da nova jazida. “O levantamento foi feito pelos dois [governos] com 4,3 mil amostras. Fizemos o cálculo pela dimensão do depósito em área e altura”, justificou. Segundo ele, a descoberta, ancorada em “evidências e grande volume comercial”, poderia reduzir em R$ 400 milhões os gastos com fosfato usado na produção de adubos.

Mas a reserva provocou confusão até mesmo dentro no governo de Mato Grosso. O superintendente de Minas e Mineração da secretaria, Joaquim Moreno, admitiu que “não é possível” estimar o depósito de ferro e fosfato no Estado. “Eles estão certos em dizer que não é possível estimar. Não é uma jazida. É um depósito ainda”, disse ao Valor. O cálculo divulgado ontem pelo governador Silval Barbosa, segundo ele, foi baseado na “cartografia” de ritmitos (rochas sedimentares) pesquisados em uma área de 70 quilômetros quadrados e 52 metros de espessura na região de Mirassol. “É um primeiro passo. Mas tem alto teor de ferro e fósforo”, defendeu Moreno.

O gerente de Geologia e Recursos Minerais da Superintendência Regional da CPRM, Gilmar Rizzotto, afirmou que o fosfato tem “teor considerável” de 30% a 40% “em algumas amostras”, mas reafirmou que “não quer dizer que toda a área tenha o mesmo teor”. Rizzotto participa das pesquisas em andamento na região de Mirassol D ´ Oeste. O governo de Mato Grosso, explicou ele, extrapolou o resultado de algumas amostras para toda a área ainda em processo de pesquisa. “É um estudo preliminar, um mapeamento geológico”, disse.

Até agora, foram feitas análises químicas, de solo, rocha e sedimento de corrente. Mas faltam dados e informações de sondagens, poços de pesquisa e trincheiras para determinar a dimensão da descoberta. “Não fizemos cubagem [estimativa de volume] para essa área. Tem potencial, mas é preciso investir. Se interessar à empresa dona da área, tem que fazer trabalho complementar para saber a profundidade”, afirmou.

Uma fonte ligada à empresa GME-4, dona da área pesquisada e controlada pelo grupo Opportunity, afirmou ao Valor os números divulgados pelo governo são todos “chutes” e que houve um “evento político”, já que as pesquisas ainda estão na fase inicial. Ainda não é possível informar volumes de reservas das jazidas de ferro e fosfato. “O governo fez o anúncio à revelia da empresa”, disse a fonte. A empresa avalia que existe bom potencial para minério de ferro, fosfato e potássio na região da pesquisa, mas que ainda é “muito cedo” para falar em quantidades.

 

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