A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) promete reagir à suspensão do reajuste salarial da categoria e já anuncia a possibilidade de greve. Ontem, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou que o reajuste salarial de funcionários públicos federais e a abertura de novos concursos públicos estão descartados enquanto o governo federal não conseguir equilibrar o orçamento para cobrir os R$ 40 bilhões que deixarão de ser arrecadados com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
O sindicalista Sérgio Ronaldo da Silva, da Diretoria Executiva da Condsef, disse que, por diversos anos, o governo federal não cumpriu a promessa de realizar uma política salarial para os servidores públicos. E que, agora, a greve deve ser a principal forma de pressionar o Ministério do Planejamento.
“Nós vínhamos alertando a ele [o governo federal] que mais uma vez não iríamos aceitar um calote como foi no ano passado em rompimento de acordo. O governo já estava sabendo desta nova decisão. Se ele quer apostar que vai mais uma vez fazer este tipo de ação, ele vai apostar para o lado errado, porque os trabalhadores estão prontos para reagir e a reação mais evidente vai ser a greve. Nós já informamos isso ao governo”, afirma.
Ronaldo da Silva questiona ainda a influência da CPMF sobre o orçamento da União. “Nós passamos 2007 acreditando na promessa do governo de que a partir de 2008 iria ter uma política salarial até 2010. O governo sempre soube que a CPMF era uma contribuição provisória, então ele não vai nos passar gato por lebre dizendo que a CPMF atrapalha ou interfere na questão da discussão com servidores”, diz.