Diretores do setor de base florestal se reuniram com a secretária de Meio Ambiente, Ana Peterlini, para buscar um modelo de retomada da identificação da madeira em Mato Grosso. O procedimento para identificar as madeiras industrializadas e que são vendidas para clientes em vários Estados voltou a ser exigido, por decisão judicial, acatando recurso da Associação dos Engenheiros Agrônomos. Mato Grosso volta a ser o único Estado a realizar a identificação da madeira, serviço executado pelo Indea. O desafio do governo é fazer com que a modalidade se torne um aliado e agregue valor à madeira e não volte a ser fator de queda na competitividade.
O setor e as autoridades debatem a forma de funcionamento de como o Indea consiga desempenhar um papel e prestar um serviço de qualidade com eficiência. O deptuado Dilmar Dal Bosco destacou que o setor de base florestal não é contra a identificação da madeira, mas o mercado, hoje, exige pontualidade. “Os empresários sofreram muito tempo com a falta de estrutura do Indea, caminhões ficavam parados dias esperando o bom funcionamento do órgão”, argumentou.
Ele defendeu ainda que algumas situações colocam o setor de base florestal em posição de desvantagem em relação aos outros mercado. São elas, o preço da pauta superior, o pagamento do Fundo de Transporte e Habitação (Fethab), a maior alíquota de ICMS incidente na extração e comercialização da madeira e também o valor pago para classificação e identificação dos produtos florestais. “A identificação da madeira tem que ser uma medida de controle, não de arrecadação. Por isso, defendo redução para apenas 10% dos valores hoje pagos na classificação, que serão destinados apenas à manutenção do serviço”, cobrou, através da assessoria.
Claudinei Freitas, que também é presidente do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Médio Norte no Estado de Mato Grosso (Sindinorte), entidade associada ao Cipem, relatou os graves problemas enfrentados pelos empresários do setor florestal e o quanto a ineficiência do Indea prejudicava a competitividade no mercado. “O Estado sempre foi o único a expedir o certificado (CIM) do Indea para comercializar a madeira e a falta de estrutura atrasava e onerava a nossa produção. Precisamos de um modelo que funcione, lembrando que nossa atividade é o Manejo Florestal Sustentável, uma prática que garante a origem e identificação das espécies”, salientou o diretor, através da assessoria.