Os mato-grossenses tiveram salário de admissão reduzido em 2015. A baixa de 1,5%, em comparação o ano anterior foi divulgada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Emprego e Previdência Social. No ano passado, o valor médio foi de R$ 1,184 mil, contra R$ 1,202 mil em 2014.
Para o economista Emanuel Dalbian, apesar de pequena, a queda já é reflexo da desaceleração da economia nacional. “Embora algumas pessoas falem que ela ainda não chegou em nosso Estado, os números dão sinais”. A redução salarial durante o fechamento de contratos sinaliza as perspectivas negativas dos empresários. “O empresário fica inseguro em conceder reajuste ao ver o Produto Interno Bruto (PIB) de grandes compradores, como a China, não crescer o esperado”.
O resultado disso, segundo o economista, é redução de demanda no momento em que os preços pagos pelos insumos da agricultura aumentam. Para o trabalhador, as perdas são significativas. Com a redução na oferta de trabalho, os que estão em busca de emprego se submetem a condições que implicam na redução do orçamento.
Aline Luísa (nome fictício) é recém-contratada de uma empresa de criação e arte e foi admitida por um salário abaixo do esperado. “Era para ser um valor, mas estou recebendo outro e eu tive que aceitar para não ficar sem nada até achar outro”. Ela conta ainda que no mercado há empresas que contratam estagiários para exercerem atividades de um funcionário. “Fazem a mesma função e cumprem mesma carga horária. Além do mais, ficam na expectativas de serem contratados”. Desta forma, segundo ela, a empresa economiza com encargos trabalhistas, uma vez que estágio não possui vínculo empregatício.
No Brasil, os salários médios de admissão apontaram uma queda real de 1,64%, em relação ao mesmo período do ano anterior, ao passarem de R$ 1.291,86 em 2014 para R$ 1.270,74 em 2015.