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Safra menor de arroz não garante renda maior

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No ano em que os produtores de arroz teriam tudo para ganhar dinheiro e venderem seus produtos a preços superiores aos custos de produção, não vão conseguir. A estimativa é que, em 2007, as cotações do produto estejam mais elevadas. No entanto, boa parte dos arrozeiros tenha de vender o grão em plena safra, ou seja, deixando de ganhar a alta posterior à colheita.

O plantio do cereal já está praticamente encerrado nas principais regiões produtoras e, segundo levantamento da Safras & Mercados, haverá redução de área e de produção. “O aumento do cultivo no Centro-Oeste não vai compensar a perda no Sul”, diz Tiago Barata, analista da consultoria. No Rio Grande do Sul a produção será 8,3% menor, com colheita prevista de 6,96 milhões de toneladas, pois haverá queda na produtividade média. Barata diz que em muitas regiões há déficit hídrico e poderá faltar água para irrigar o grão. No Centro-Oeste, o plantio será 6,4% maior, somando 526 mil hectares, para uma colheita de 1,36 milhão de toneladas.

De acordo com a consultoria, na média brasileira a superfície cultivada será 0,6% menor, somando 3,9 milhões de hectares, enquanto a produção brasileira será 2,6% inferior, totalizando 11,36 milhões de toneladas. Será o segundo ano consecutivo em que a safra será menor que o consumo, avaliado em 13,29 milhões de toneladas.

Preços

“Em função disso, a expectativa é de preços maiores”, afirma Barata. No entanto, na sua avaliação, os produtores não vão ter capacidade de gerenciar a oferta porque estão endividados. Para o analista, o quadro só mudará se o governo liberar recursos para o apoio à comercialização, de modo que o produtor não precise vender o cereal no auge de colheita, quando as cotações se depreciam. Atualmente o grão está cotado a R$ 23,50 a saca no Rio Grande do Sul, mas a estimativa é que na colheita fique abaixo do preço mínimo, que é de R$ 22 a saca.Segundo Barata, neste ano os estoques de passagem são os menores em 24 meses, estimados em 1,15 milhão de toneladas.

Por isso, a estimativa é que a produção e os estoques não sejam suficientes para atender à demanda e o Brasil tenha de importar do Mercosul. Em sua avaliação serão 1,15 milhão de toneladas ante às 824 mil toneladas de 2006. De acordo com o analista, nos países vizinhos também haverá uma oferta menor, estimulando do mesmo modo a alta nos preços. Ao contrário de anos anteriores, as importações não balizariam o mercado interno, uma vez que fora do Brasil as cotações do grão também estarão altas.

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