O sinal mais evidente do aumento da renda dos rondonopolitanos nos últimos anos não está nas construções, no crescimento do comércio ou na oferta de empregos. Está no trânsito. A frota de veículos da cidade saltou de 44.535 veículos em 2001 para 78.458 veículos neste começo de 2008, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT). Nesse mesmo período, o número de veículos de duas rodas superou o número de automóveis e registrou um acréscimo de 115,29%, saltando de 15.805 para 34.027 unidades.
O reflexo é que qualquer morador baseado há mais de seis anos em Rondonópolis sente nitidamente, principalmente nos horários de pico, essa expansão surpreendente no trânsito local. O arquiteto e urbanista Alexandre Azevedo Torres, que já foi secretário de Transporte e Trânsito de Rondonópolis, atesta que o crescimento na frota de veículos da cidade é uma constante que dificilmente será freada. Ele aponta que o crescimento anual da frota municipal tem sido de 6% a 7% nos últimos anos. “É uma velocidade absurda”, observa. Em dez anos, Torres estima que a frota local de veículos terá um crescimento de 60% a 70%, chegando em cerca de 120 mil veículos, no mínimo.
Para o arquiteto e urbanista, um dos principais impulsionadores desse aumento vertiginoso da frota de veículos foi a falência do transporte público do município. Conforme ele, as pessoas perderam a confiança na eficiência do transporte coletivo, procurando outras alternativas para suprir suas necessidades. Outro fator preponderante, conforme o especialista, foi a explosão do agronegócio mato-grossense a partir de 2002, fazendo com que mais dinheiro circulasse no município. “Quando a pessoa tem um aumento de renda, um dos primeiros bens adquiridos é o veículo, depois a casa”, argumenta.
No caso das motos, o setor privado já percebeu esse mercado. Tanto é que Alexandre Torres relata que Rondonópolis é uma das cidades que mais concentra revendas de motos no Brasil. Somente entre 2006 e este começo de 2008, o número de veículos de duas rodas aumentou de 30.120 para 34.027 unidades. No caso do agronegócio, o crescimento do número de reboques e semi-reboques foi mais significativo ainda. A frota desse tipo de veículos saiu de 1.900 unidades em 2001 para 7.580 unidades neste começo de 2008, segundo dados do Detran-MT.
No geral, no período entre 2006 e este começo de 2008, a frota total de veículos em Rondonópolis aumentou em 6.425 unidades, saindo de 72.033 unidades para 78.458 unidades. O gerente do Departamento de Trânsito, Leister Carlos Manganaro de Oliveira, ponderou que os números remetem apenas aos veículos com placas de Rondonópolis, não contabilizando placas de outras cidades ou estados