O asfaltamento da BR-158 vai proporcionar a implantação da maior e melhor logística na plataforma de exportação de Mato Grosso, em comparação com outras regiões produtoras do Estado. Quando o asfalto se tornar uma realidade, nos cerca de 430 km que faltam, no trecho entre Ribeirão Cascalheira e Vila Rica, o Vale do Araguaia terá consolidado o seu corredor multimodal de transporte.
Esse quadro foi apresentado pelo governador Blairo Maggi, durante a 7* Megafeira, que se realizou em paralelo ao 7* Encontro do Agronegócio e ao 12* Encontro Multimodal do Corredor Centro-Norte, de quarta-feira (08.06) até este domingo (12), em Vila Rica (1.259 km a Nordeste de Cuiabá). Na sexta-feira (10), Maggi falou para uma platéia de empresários, políticos e técnicos do Governo Federal sobre a importância da rodovia no contexto da infra-estrutura de transportes e a busca de alternativas para dar competitividade à produção regional.
“Se compararmos o Araguaia de hoje com o Araguaia de dez anos atrás, inevitavelmente, concluiremos que muita coisa foi feita em benefício da região, com melhoria sensível da qualidade de vida da população”, afirmou Maggi, para quem os avanços contribuíram para uma mudança no perfil da produção, a partir do momento em que a agricultura ganhou espaços, “se misturando à pecuária” e tornando premente, dessa maneira, a necessidade em termos de logística.
Certo de que o asfalto de BR-158 significará um avanço e que contribuirá para que o corredor multimodal de transporte do Vale do Araguaia se consolide como uma das principais estratégias para o desenvolvimento do Nordeste do Estado, o governador previu que, a partir do momento em que a obra estiver concluída, a região disporá da maior e melhor logística na plataforma de exportação do Estado. Muito maior, segundo ele, do que os corredores da BR-163 – que tem como bases da área produtora Municípios como Lucas do Rio Verde, Sorriso e Sinop e que escoa pelo Porto de Santos (SP) – e da BR-070 – cuja produção é baseada na região de Sapezal e escoa pelo rio Madeira. “O Araguaia tem um potencial muito grande e, com a BR-158 asfaltada, terá uma excelente alternativa para tornar a sua produção altamente competitiva”, afirmou.
O governador lembrou que o primeiro grande passo para a realização da obra foi dado no dia 10 de maio passado, quando ele próprio liderou as bancadas estadual e federal de Mato Grosso num encontro, em Brasília, como o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Na ocasião, foi assinado um Acordo de Cooperação para a retomada do asfalto da BR-158, considerando que a estrada representa um eixo estruturante que junta rodovia com hidrovia e ferrovia. Maggi destacou a postura dos parlamentares em priorizar o Araguaia, após negociar com as suas bases, em outras regiões, o repasse das verbas relativas a emendas ao Orçamento da União. “Os parlamentares deram uma demonstração de que os interesses do Estado estão acima das questões partidárias”, ressaltou.
Há a expectativa de que, ainda neste mês, comece o processo de licitação para o asfaltamento de um trecho de 200 km, entre o entroncamento da MT-326 com a BR-158 até o Posto da Mata. O outro trecho a ser asfaltado, de 240 km, vai do Posto da Mata até Vila Rica.
SAÍDA – Produção do Nordeste de Mato Grosso será escoada pela BR-158, com a nova logística de transporte da região
FORTALECIMENTO – A presença do governador Blairo Maggi no encerramento da 7* Megafeira de Vila Rica fortaleceu a luta pela consolidação do corredor multimodal de transporte do Vale do Araguaia como uma das principais estratégias para o desenvolvimento do Nordeste mato-grossense. A opinião é do empresário Adalberto Torkaski, que lidera o evento, considerado como o maior encontro técnico e de negócios do Araguaia.
“A presença do governador do Estado, juntamente com representantes das bancadas estadual e federal, sem dúvida, é uma demonstração de que nossa luta não tem sido em vão. Nosso sonho de criar uma logística de transporte no Araguaia, barateando os custos e facilitando o escoamento da produção regional, caminha para se tornar uma realidade”, afirmou Torkaski.
Conforme Torkaski, a região Nordeste de Mato Grosso está sendo incluída rapidamente no processo de produção agrícola de larga escala. Contudo, a precariedade da rede de escoamento da produção é um dos obstáculos ao desenvolvimento econômico e social do Médio e Baixo Araguaia.
Ao fazer um balanço dos trabalhos até agora realizados, o presidente da Apamara (Agência de Desenvolvimento dos Empreendedores do Tocantins-Araguaia) explicou que o asfaltamento da BR-158 vai oportunizar a ligação com duas grandes ferrovias: a de Carajás, da Companhia Vale do Rio Doce e que sai das jazidas de Carajás (PA) e chega ao terminal de Ponta de Madeira, em São Luiz (MA), e a Ferrovia Norte-Sul, hoje, baseada na cidade de Estreito (TO), em direção a Goiás. A previsão é que a estrada-ferro chegue, em três anos, em Conceição do Araguaia.
No contexto geral, o Corredor Centro-Norte será formado pela BR-158, as Hidrovias Araguaia – Rio das Mortes e Tocantins e as Ferrovias Norte-Sul e Carajás.
A Megafeira é uma promoção conjunta da Apamara, da Prefeitura Municipal e do Sindicato Rural de Vila Rica.
POTENCIAL – A área de influência da Megafeira compreende o Nordeste de Mato Grosso e o Sul do Pará e, segundo a Apamara, apresenta as seguintes características:
1. Detém o maior crescimento de área plantada do Brasil, nos últimos dois anos;
2. As principais empresas exportadoras estão instalando armazéns com capacidade total de 250 mil toneladas;
3. As culturas de soja, algodão, milho e arroz estão em ascensão;
4. A capacidade de beneficiamento de arroz, na região, é superior a 60 mil toneladas por mês;
5. Está se formando um pólo sucro-alcooleiro, com usina de produção de 20 milhões de litros de álcool por ano e, em breve, será inaugurada uma usina de biodiesel, com a utilização de mamona;
6. A Região do Araguaia tem 250 mil famílias de pequenos produtores;
7. Recentemente, foi inaugurado um laticínio de grande porte, que atenderá todo o Norte do Araguaia;
8. Conta com um rebanho de mais de 1,5 milhão de cabeças de gado;
9. Tem uma oferta de mais de 2 milhões de hectares já abertos, sendo possíveis de se incorporarem à produção via reforma de pasto ou mudança simples para a agricultura;
10. Tem como espinha dorsal a BR-158, que, neste ano, receberá recursos para a continuidade do seu asfaltamento. No Pará, a rodovia está sendo restaurada;
11. Terá consolidado o Corredor de Exportação Centro-Norte.