A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), anunciada na última semana pelo governo federal, deu novo ânimo à venda de automóveis no varejo. A afirmação foi feita hoje (15) pelo presidente do Conselho da Federação Nacional das Distribuidoras de Veículos Automotores (Fenabrave), Sergio Antonio Reze.
A movimentação no fim de semana foi muito grande nas concessionárias de veículos, disse Reze, que, no entanto, considera prematuro falar em retomada das vendas. “Isso interrompe a queda. Até quarta-feira (10), estávamos com queda de 7% em dezembro em relação ao mesmo período de novembro, o que reafirmava aquela situação difícil que estávamos vivendo desde outubro”, afirmou Reze, em entrevista à Agência Brasil.
As medidas adotadas pelo governo permitiram que, a partir de sexta-feira (12), “as coisas voltassem a fazer aquele barulho que estávamos acostumado a ver”, acrescentou Reze. Para ele, esse movimento se deve também aos pacotes feitos pelas montadoras no fim de semana. “Além dos 7% do IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] de redução do preço, elas [montadoras] continuaram dando bônus. E a isso se somou uma publicidade promocional maciça em torno dessas ações de venda, o que trouxe uma movimentação muito grande.”
O representante da Fenabrave ressaltou que ainda não dispõe de números concretos ou gráficos que atestem o movimento dos últimos dias, mas adiantou que há uma expectativa positiva de resultado melhor.
O aumento da movimentação nas concessionárias não deve alterar, porém, as projeções da Fenabrave. Para 2008, o crescimento esperado para as vendas gira em torno de 13% a 14%, e é provocado pelo aquecimento do mercado registrado até setembro. “Apesar de outubro, novembro e dezembro serem tudo isso que a gente já conhece, ainda tivemos crescimento em relação a 2007.”
Para 2009, a visão não é a mesma. O setor prevê retração de cerca de 19% no faturamento. Reze disse que, no primeiro trimestre do próximo ano, a Fenabrave deverá ter condições de uma avaliação mais precisa para o resto do ano. Se as medidas tomadas até agora continuarem levando os consumidores até as lojas, se os bancos seguirem financiando e se o governo cumprir a promessa de trabalhar para que a crise mundial chegue ao Brasil com menos intensidade, a economia começará a andar com mais propriedade, afirmou. “É a nossa esperança.”