O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as novas medidas aprovadas hoje pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que têm o objetivo de reduzir os juros nas instituições de pequeno e médio portes, podem injetar na economia mais R$ 40 bilhões em crédito.
O valor potencial da medida, no entanto, pode chegar a R$ 174 bilhões, segundo cálculos do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
“Se todos os bancos se enquadrarem, pequenos médios e grandes, são cerca de R$ 170 bilhões. O que se espera dos bancos é que, de fato, adiram ao programa e, de fato, emitam [os Certificados de Depósito Bancários, com garantias especiais]. Com isso, deve ser algo como R$ 40 bilhões ou R$ 50 bilhões”, disse Meirelles.
O ministro Guido Mantega lembrou que, independente do valor, a estimativa inicial já é considerada de “bom tamanho” pelo governo, pois vai irrigar pequenas e médias empresas com recursos novos. “É o que nós esperamos que aconteça.”
Ele explicou que as taxas de captação tendem a diminuir com uma oferta maior de crédito, fato que pode beneficiar pequenos e médios bancos que hoje captam a taxas maiores. Com taxas menores, os bancos podem diminuir a taxa dos empréstimos que concedem.
“Não há números precisos. Vamos esperar as reações do mercado. Acredito que é um mecanismo que vai ser usado e será muito útil para pequena e média empresa”, observou Mantega.
Com as novas medidas, o CMN elevou o valor das aplicações que terão garantias especiais, por meio de Certificados de Depósito Bancário (CDBs). Aplicações no valor de até R$ 20 milhões por pessoa (jurídica ou física), em cada instituição, serão asseguradas. Atualmente, a garantia é para aplicações de até R$ 60 mil. O limite de emissões por instituição financeira será de até R$ 5 bilhões.
“Para o exercício da garantia tem que haver de fato um quebra da instituição. Isto é, a instituição terá que estar sujeita a um processo de intervenção ou liquidação pelo Banco Central”, enfatizou Meirelles.