2005 tem sido um ano de baixa comercialização de boa parte dos produtos agrícolas. Com o arroz não seria diferente. Só Notícias ouviu ontem duas grandes indústrias beneficiadoras de arroz de Sinop e elas apontam que, neste 1º semestre, foram comercializados 50% do volume de arroz do mesmo período do ano passado. Em 2004, cerca de 45 mil toneladas de grãos (em média 150 mil fardos/mês) foram vendidas. Já em 2005, o número variou em torno de 20 mil toneladas.
“Do jeito que a crise está caminhando e o dólar baixando cada vez mais, penso que na próxima safra [de 2006], a comercialização vai ser ainda menor, já que o próprio plantio deverá ser reduzido em aproximadamente 50%”, disse, ao Só Notícias, o gerente de compras de uma indústria, Avibar Ribeiro Costa.
Em 2004, as beneficiadoras compravam o fardo de 30kg do arroz agulhinha pela média R$ 33 do produtor e a vendiam por cerca de R$ 40. Neste ano, o fardo está sendo comprado por cerca de R$ 18 e vendido a R$ 25. Já o arroz tipo B, era comprado, no ano passado, por aproximadamente R$ 17 e vendido por R$ 35. Hoje o produtor vende por aproximadamente R$ 11 e as indústrias por R$ 28.
“Ainda assim, o que mais está saindo é o arroz do tipo B porque ele é comprado por meio dos leilões do Fome Zero, pelo Governo Federal. A comercialização do arroz agulhinha está difícil por causa da baixa competitividade do mercado interno, ou seja, tem muito produto importado no país e que custa 10% menos que o brasileiro. Dessa forma é impossível conseguir vender todo o nosso produto”, disse, ao Só Notícias, o gerente comercial de outra indústria, Wilson José Schneider.
As projeções da safra de arroz 2005 ficaram na casa de 1,9 milhão de toneladas no Estaado.