Em janeiro o ministro da Agricultura Roberto Rodrigues recebeu a solicitação da prorrogação da dívida dos produtores rurais do Estado, através da Carta de Mato Grosso que foi elaborada durante uma reunião conjunta da Comissão de Cereais, Fibras e Oleaginosas, da Comissão de Crédito Rural da CNA e representantes de 14 Estados brasileiros, na Sede da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), em Cuiabá.
Na semana passada, ele anunciou que fará a prorrogação da dívida para o ano subseqüente a data da última parcela de cada produtor. Segundo Homero Alves Pereira, presidente da Famato, em entrevista ao 24 Horas News, o valor do crédito rural, que deve ser prorrogado, vindo de recursos originários do BNDES, FINAME e Fundo Constitucional do Centro Oeste, totalizam cerca de R$ 350 milhões para o ano de 2005 somente em Mato Grosso.
O presidente do sindicato rural de Sinop, Antonio Sergio Rossani, disse que a prorrogação “vai aliviar a situação dos produtores da região, porque o prejuízo que eles tiveram quando compraram os insumos, sementes, defensivos e maquinários com o valor do dólar à US$ 3,3 e agora têm que vender a safra a US$ 2,6 vai permanecer.
“Alguns produtores já procuraram fazer a prorrogação. Só estamos aguardando o ministro fazer a oficialização do plano para repassarmos ao governo os nomes que pediram por este auxílio. Apesar de saber que isso só vai aliviar e não acabar com o problema do setor, acredito que 100% dos produtores de Mato Grosso vão prorrogar as dívidas”, disse Rossani.
Ele disse ainda que um outro meio de aliviar a situação dos agricultores é o governo fazer logo a utilização do AGF (Aquisição do Governo Federal), que corresponde aos recursos destinados para o governo comprar a safra que está sobrando nos armazéns. “Assim os produtores terão menos perdas e um acréscimo no orçamento e lucro da colheita”.
Além do prejuízo causado pela baixa do dólar as chuvas e a ferrugem estão atrapalhando a colheita das safras. Antonio acredita que das áreas que começaram a ser colhidas na semana passada e nesta semana, 10% da produção está perdida. “Tivemos 8 dias de chuvas constantes, quase 20% do que foi plantado está atingido pela ferrugem asiática e só colhemos até agora 35% dos campos. Podemos perder muito mais com esses problemas”, disparou Rossani.