Fonte de madeiras nobres como mogno e cerejeira, a cidade de Juara atualmente agrega 50 indústrias madeireiras, sendo quatro fábricas de compensados e uma laminadora, serrando 35% de cedrinho e 25% de copaíba, além de outras madeiras, com produção mensal de 30 mil m3. A base do sindicato patronal madeireiro, o Simava, comporta ainda as cidades de Porto dos Gaúchos e Tabaporã, chegando assim ao número de 75 indústrias que empregam diretamente 250 funcionários.
Em busca de informações para municiar o Memorial da Floresta, a equipe do Sindicato das Indústrias Madeireiras do Norte do Estado de Mato Grosso (Sindusmad) esteve em Juara, ontem, e conversou com Eduardo Musialak, 77 anos, empresário madeireiro que instalou a primeira indústria em Juara. Hoje o pioneiro detém áreas de reflorestamento de mogno com 30 mil mudas de dez anos, 120 mil de aroeira, num reflorestamento de 12 anos e um milhão de árvores de teca, numa área de 314 hectares, de 12 anos.
Conduziu o roteiro de entrevistas da equipe o presidente do Simava, Voniclei Gasparini, empresário do setor há nove anos em Juara
A empresa Teca Brasilis, internacionalmente conhecida pelo trabalho em reflorestamento e móveis de teca, também foi visitada pela equipe.
Celso Azóia, um dos dez filhos de uma das primeiras famílias a chegar em Juara, contribuiu com o Memorial da Floresta, cedendo fotos históricas do setor de base florestal que, na década de 1990 chegou a mais de 200 madeireiras na cidade.
Vários outros personagens da história da indústria da madeira foram entrevistados pela equipe, que segue nesta sexta-feira, 16, para a região de Juína.
A série de viagens pelo Estado de Mato Grosso tem o objetivo de levantar dados históricos sobre o setor de base florestal. Serão visitados todos os sindicatos patronais madeireiros e algumas cidades de suas áreas de influência em busca das informações. O resultado dessas pesquisas serão utilizados na elaboração do projeto Memorial da Floresta, planejado para ser inaugurado em agosto, em Sinop.
O projeto Memorial da Floresta, idealizado pelo presidente do Sindusmad, José Eduardo Pinto, tem como objetivo elaborar uma exposição itinerante mostrando os benefícios da floresta como a madeira, perfumes, biojóias, lenha, cavaco, dentre outros. Além da mostra, o memorial fará o resgate histórico da indústria madeireira no Estado e também contará com duas salas de aula, que serão utilizadas para educação ambiental.
A obra já está em andamento, ao lado da sede do Sindusmad e contém dois blocos. No térreo serão instalados auditório, recepção e cozinha. No nível superior, um mezanino para abrigar a exposição histórica.
O trabalho será estendido ainda para as regiões de Sorriso, São José do Rio Claro, Alta Floresta, Guarantã do Norte, Marcelândia, Cláudia e Vera. A série de viagens deve terminar na primeira semana de agosto.