A regularização climática observada nas últimas semanas fez com que a variação dos preços de produtos agrícolas caísse em fevereiro, em relação a janeiro, e a expectativa é ainda melhor em relação à redução das pressões inflacionárias dos alimentos no mês de março, de acordo com o economista Paulo Picchetti, da Fundação Getulio Vagas (FGV).
Mas o resultado efetivo do clima mais favorável na oferta de alimentos agrícolas, para o abastecimento do mercado interno, só será conhecido quarta-feira (6) quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) relativo a março.
Até lá, os analistas do mercado financeiro, consultados pelo boletim Focus do Banco Central, trabalham com expectativa de uma inflação em torno de 0,62%, abaixo, portanto, do 0,83% de janeiro e do 0,80% de fevereiro. Caso a estimativa se confirme, o IPCA de 6,01%, acumulado nos 12 meses terminados em fevereiro, será elevado para 6,11% até março. Esse resultado é menor que os 6,2% projetados no Relatório de Inflação, referente ao primeiro trimestre de 2011, divulgado pelo BC na quarta-feira (30).
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, no entanto, diverge do BC quanto ao IPCA projetado para o fim deste ano. O BC aponta para inflação de 5,6%, e o Ibre diz que será de 5,5%. Divergências metodológicas à parte, o certo é que o cálculo da inflação em 12 meses abandona o último índice mensal anterior ao período em análise.