A alguns meses do vencimento das primeiras parcelas de dívidas de safras passadas e que foram renegociadas, produtores da região estão preocupados e acreditam que o lucro obtido nesta safra não será suficiente para quitá-las. O presidente do Sindicato Rural, Antônio Galvan, disse que muitos terão que buscar novamente a renegociação junto ao Banco do Brasil. “O banco não respeitou os dois anos de carência que o governo concedeu aos produtores e não está sendo parceiro do setor”, criticou.
Mesmo com reação no preço da soja nos últimos meses, depois de dois anos em queda, e a projeção de boa comercialização da safra, a estimativa é que apenas 10% do setor consiga pagar os débitos de custeio e investimento das safras passadas. A pequena margem de lucro que deve ser obtida nesta safra deve ser utilizada para pagamento dos investimentos feitos no ano passado.
Galvan também lembrou que quase 100% da safra foi financiada pelo setor privado e que em muitas lavouras já contabilizam prejuízos pelo excesso de chuvas, o que não estaria sendo levado em consideração pelo banco. Uma das medidas buscadas pelo setor é a securitização das dívidas por um período de dois ou três anos. “Nesse prazo de carência o produtor pode fazer capital de giro e depois pagar essa dívida em 15 ou 20 anos”, acrescentou.
A colheita na região, que concentra os maiores produtores de soja do país, começou em quase todas as propriedades, mas já sentem os efeitos das chuvas.