Uma pauta com propostas para parcelamento de dívidas agrícolas será definida hoje, às 14 horas, em um encontro com representantes de sindicatos rurais de todo o Estado, a Federação Mato-grossense da Agricultura (Famato) e Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja), em Cuiabá.
Líderes do Nortão devem defender a moratória dos débitos para que os produtores não sejam incluídos no Serasa e Cadim. “Vamos solicitar um prazo de 15 anos, com três de carência, para todas as dívidas de investimentos, como máquinas e implementos, com redução nos júros de 3% ao ano”, explicou o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nelson Picolli.
Outra proposta é que sejam concedidos 30% de desconto para os produtores que estiverem adimplentes. “As máquinas foram financiadas com juros fixos, quando se liquidava em 19,5%, e hoje a Selic – taxa básica de juros do país – está em 12%. É uma diferença enorme embutida nos financiamentos”, acrescentou.
Outro argumento do setor é que nas últimas safras os maquinários eram adquiridas por valores 30% mais caros que hoje. Em alguns casos, máquinas que eram adquiridos por R$ 500 mil, na época, hoje são comercializadas por cerca de R$ 370 mil. Estas propostas serão encaminhadas e discutidas no Ministério da Agricultura e outros órgãos federais.
O setor espera obter resultado antes do vencimento das parcelas de dívidas referentes às duas últimas safras, a partir de julho. Muitos produtores sofreram prejuízos em suas lavouras, devido a intensidade das chuvas e o dólar baixo, e alegam que não conseguirão quitar nem mesmo as dívidas de custeio desta safra.
A região concentra os maiores produtores de soja do país. Em Sinop, Lucas do Rio Verde, Sorriso e Nova Mutum, foram cultivados cerca de 1,5 milhão de hectares nesta safra.