O volume de veículos licenciados em novembro caiu 4% sobre outubro com um total de 294,6 mil unidades vendidas, acumulando no ano recuo de 8,4%. No mesmo período (novembro), a produção diminuiu 9,7% na comparação com o mês anterior, totalizando 264,8 mil unidades produzidas e queda de 15,5% desde janeiro.
Os dados foram divulgados pela Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O desempenho reflete o fato de novembro ter tido o feriado do Dia da Consciência Negra (válido em algumas regiões do país) no último dia 20, segundo observou o presidente da Anfavea, Luiz Moan.
O executivo avalia que, apesar do resultado negativo, os negócios diários fechados ao longo de novembro revelam um mercado mais aquecido, com média de vendas de 14.734 unidades, número acima da média anterior, 13 mil.
Para Moan, se o comportamento do consumidor continuar no ritmo do registrado no segundo semestre, em 2015, é possível que no próximo ano as montadoras instaladas no Brasil tenham crescimento de vendas. Pelos cálculos dele, se neste mês, a comercialização for igual ou próxima da obtida no mesmo mês de 2013, haverá queda no ano de 7,6%.
De acordo com Moan, o setor foi afetado por um desempenho ruim no primeiro semestre: além de um mercado interno mais retraído, a baixa no mercado argentino dificultou as exportações, que caíram 2,5% em novembro ante outubro e acumulam redução de 29,9% em número de unidades. Em valores, o acumulado do ano atinge US$ 10,7 bilhões.
Com as vendas em baixa e o consequente ajuste na produção, o nível de emprego caiu 0,6% em novembro e 7,9% nos últimos 12 meses. Luiz Moan disse que as empresas estarão sempre fazendo ajustes de acordo com a reação do mercado. Ele observou, porém, que a venda de veículos usados mostra crescimento. “O consumidor tem tido interesse na aquisição”, disse Moan, acrescentando que houve aumento de vendas correspondente a 6,4% desde o começo do ano. E, somando com os veículos novos, houve um escoamento de 12,6 milhões de unidades.
Para Moan, a retomada do crédito começa ser sentida no mercado. Há uma expectativa de que a entrada de mais recursos com o pagamento do décimo terceiro salário deverá impulsionar os negócios. Ele disse acreditar que que o governo vai de fato acabar com o desconto do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), incidente sobre automóveis, embora o setor defenda tributação menor. Na opinião do presidente da Anfavea, neste momento da economia, o governo não pode abrir mão dessa arrecadação.
Por isso, ele deu o seguinte exemplo de como ficaria o fim do desconto do imposto no caso dos carros populares. Segundo os cálculos de Moan, o repasse para o consumidor final implicaria elevação de 4,5% sobre o produto. Ele disse, no entanto, que, que apesar do aumento de preços, a indústria terá de qualquer forma aumento de vendas no ano que vem.