As primeiras decisões sobre o estudo para a construção da Ferrovia "Senador Vicente Vuolo" (Rondonópolis – Cuiabá) foram tomadas, hoje, no Palácio Paiaguás. O estudo completo sobre a ferrovia, incluindo a possibilidade de transporte de passageiros, deve ficar pronto até junho de 2012. O secretário-extraordinário de Logística e Transporte Intermodal, Francisco Vuolo, afirma que a partir desta reunião serão feitas as primeiras definições a respeito do estudo, como cronograma do projeto e o papel de cada entidade envolvida na construção da rodovia – a qual terá aproximadamente 220 Km de extensão.
Vuolo destaca que esse planejamento é importante para a continuidade das obras da malha ferroviária em Mato Grosso. "Em outubro deste ano o Terminal de Intermodal de Itiquira começa a operar e no segundo semestre de 2012 a ferrovia chega a Rondonópolis. Até lá, é importante criarmos instrumentos para dar continuidade a esse processo (execução do trecho Rondonópolis -Cuiabá)".
Para o superintendente de serviços de transporte de cargas da Agência Nacional de Transporte Terrestres (ANTT), Noburu Ofugi, o encontro foi muito positivo. A partir de agora, explica Ofugi, especialistas da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) começam os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental; o estudo e o relatório de impacto ambiental da obra (EIA-RIMA); bem como o projeto básico da ferrovia.
Ofugi ressalta que e demanda para transporte de passageiros também será estudada durante a elaboração do projeto relativo à Ferrovia "Senador Vicente Vuolo". Além disso, a equipe também deverá realizar o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental da ferrovia no trecho Cuiabá-Santarém.
O engenheiro civil e professor Luiz Miguel de Miranda, do Núcleo de Estudos de Logística e Transporte (Nelt), da UFMT, faz parte da equipe que vai elaborar o projeto da ferrovia Rondonópolis-Cuiabá. Segundo ele, desde 1996 são realizadas pesquisas sobre esse trecho. Até o momento, o núcleo possui o georreferenciamento de uma linha, mas outras duas serão estudadas.
Miranda explica que o núcleo já realiza estudos de contagem do tráfego de veículos de carga entre Rondonópolis e Cuiabá. A partir de uma pesquisa como essa é possível saber quanto dessa carga poderá migrar para a ferrovia. Análise semelhante já foi realizada com passageiros que utilizam o trecho, mas agora é preciso descobrir por meio de pesquisa se esse público utilizaria o trem, completa o pesquisador.
Especialistas do Laboratório de Transporte e Logística (Labtrans), da UFSC, vão dar apoio aos pesquisadores mato-grossenses. O coordenador do Labtrans, Amir Mattar Valente, diz que a equipe catarinense já participou da elaboração de projetos semelhantes, além de trabalhos junto a ANTT, Ministério dos Transportes, Secretaria dos Portos e outros órgãos.
A expectativa, de acordo com Francisco Vuolo, é que ferrovia chegue à capital mato-grossense até 2015. Quanto ao trecho Cuiabá-Santarém, o secretário diz que ainda é precipitado falar em datas, mas ressalta que o objetivo é construir em Mato Grosso uma malha ferroviária interligando a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) que vai possibilitar a saída para o Peru e interligar com Ferrovia Norte-Sul, que vai dar acesso ao Porto de Itaqui, no Maranhão, por exemplo.
Na reunião estavam presentes os representantes da ANTT, Fernando Regis Reis e Francisco Giudemir; pesquisadores da UFSC, André R. Hadlich, Nelson Martins Lecheta e Fernando Seabra; Carlos Alberto Nóbrega da Dux Consultoria; pesquisadores da UFMT, Fernando Ximenes, Sérgio Magalhães e Bismarck Castilho Carvalho. Também participaram o presidente da OAB, Cláudio Stábile; o prefeito de Itiquira Ernani José Sander; o deputado federal Wellington Fagundes; o secretário-Extraordinário de Apoio Institucional das Ações da Agecopa, Djalma Sabo Mendes; além de representantes da Fiemt, Aprosoja, Acrimat e Sebrae.