O preço da carne vai cair em Mato Grosso. A previsão é do presidente da Associação dos Supermercados do Estado (Asmat), Kássio Catena, ao informar que alguns cortes já estão baixando desde o início do ano. Ele exemplifica dizendo que o preço do quilo da costela baixou de R$ 6,29 para R$ 4,75 (média) em alguns estabelecimentos, o que equivale a uma retração de até 24,4%. Catena afirma que a retração, que favorece o consumidor, é consequência da desvalorização na cotação da arroba do boi, que caiu 5,5% de janeiro para fevereiro.
Segundo levantamento de preços do Centro Boi, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), o valor médio da arroba do boi no Estado comercializada ontem era de R$ 66,47, ante os R$ 70,39 no final do mês passado. A previsão é que o preço no varejo baixe ainda mais nos próximos dias, mesmo com a valorização de 2,5% este mês em relação a igual período de 2008, quando a arroba custou R$ 64,80.
Outro fator que justifica a queda dos preços da carne tanto no varejo quanto ao pecuarista é o fechamento, por tempo indeterminado, das cinco unidades do frigorífico Independência que atuam no Estado. As plantas estão localizadas em Juína, Confresa, Nova Xavantina, Colíder e Pontes e Lacerda. A paralisação nas atividades foi divulgada na quinta-feira (26) e motivada por problemas de fluxo de caixa.
Informações concedidas via telefone pelas atendentes do frigorífico eram de que algumas unidades não haviam abatido animais ontem, mas os funcionários permaneciam nas indústrias. A previsão, conforme uma das atendentes, é que o trabalho seja retomado na segunda-feira. Até o fechamento desta edição a empresa não havia se pronunciado e a assessoria de imprensa não havia retornado as ligações.
Na análise do superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Seneri Paludo, a baixa nos preços da carne para o pecuarista e para o consumidor é devido à maior oferta de gado no mercado estadual, ou seja, maior que quantidade de frigoríficos em operação. Ele diz que se trata da lei e oferta e procura. Quanto maior a disponibilidade de animais, mais barato ele fica, o que refletirá diretamente na rentabilidade do pecuarista, que já enfrenta um descompasso entre a variação dos custos de produção e de ganho com a atividade.