Nove pessoas estão detidas no Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público Estadual, acusadas de integrarem a “máfia dos combustíveis”. Entre eles estão dirigentes do do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Mato Grosso (Sindipetróleo) e também donos de postos de combustíveis. Entre eles, Nilson Teixeira, ex-gerente das empresas de factoring do criminoso João Arcanjo Ribeiro, que chefiava o crime organizado em Mato Grosso. Há também advogados detidos pelo Gaeco.
Na terça-feira, a Polícia encontrou quatro carretas, uma delas com placa adulterada e mais 48 lacres de tanquede transporte de combustíveis. Não seria nada demais se a apreensão não tivesse ocorrido em um local onde já funcionou a uma distribuidora de derivados de petróleo no início da BR-364. “Com certeza nós chegamos a uma pequena parte de um iceberg que pode nos levar aos grandes sonegadores de impostos sobre combustíveis” – revelou o delegado Roberto Amorim, titular da DRRFV.
A apreensão aconteceu no final de semana durante uma denúncia anônima. As quatro carretas, entre elas a de placa JYK-6765, estavam paradas na antiga sede da Magika Distribuidora de Combustíveis, na BR-364, no acesso ao bairro São Francisco, região do Coxipó.
Na extinta Magika, investigadores da DRRRFV, chefiados pelo delegado Anderson Veiga, apreenderam a carreta e o motorista Edvards da Silva, o ”Mineiro, de 54 anos, com duas passagens pela Polícia em crime de sonegação de impostos. ”Mineiro”, segundo o delegado Anderson, foi autuado em flagrante em crime de adulteração de sinal de identificação de veículo automotor, artigo 311 do Código Penal, com pena estimada em três a seis anos de reclusão, mais multa em caso de condenação.
Ele acusou que a empresa é do empresário Giovani Dadalt Crespani. O empresário divulgou nota esclarecendo que desde setembro de 2004 não é mais proprietário da empresa.
A Magika Distribuidora e Importadora de Derivados, sofreu interdição pela Agência Nacional de Petróleo. Na ocasião, a distribuidora estava funcionando sem autorização, em instalações que pertenciam à distribuidora Petroforte Brasileiro, que teve também a sua autorização para funcionar revogada, por não apresentar à documentação necessária ao exercício da atividade de distribuição de combustíveis. Na ocasião, foram encontrados 68.308 litros de óleo diesel, 20.182 litros de álcool combustível e 4.017 litros de álcool anidro.
O local é de propriedade do empresário Giovani Dadalt Crespani, que segundo o motorista Edvards da Silva, o “Mineiro”, de 54 anos, sabia que as carretas estavam ali.
(Atualizada às 13:50hs em 24/4)
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