“Isso aqui é uma bomba, um barril de pólvora”. A afirmação do presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Mato Grosso (Crea-MT), Tarciso Bassan, refere-se ao trabalho desempenhado pelos engenheiros florestais na Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Ele e outros representantes de sindicatos ligados à área solicitaram providências da secretaria em relação às tarefas desempenhadas pelos engenheiros por conta do resultado da operação “Jurupari”. “Hoje temos profissionais que trabalham com medo, acuados. Eles não podem ter receio de assinar um documento”, aponta o presidente.
Para isso, Bassan solicitou do secretário Alexander Maia que os cargos técnicos do órgão não sejam ocupados por pessoas leigas e que não seja permitida a pressão política junto aos servidores. “O colaborador da secretaria não tem como segurar essa onda que normalmente vem de cima”, acrescenta.
Ao todo, 35 engenheiros florestais, 6 engenheiros agrônomos e 1 sanitarista foram acusados de atuar no esquema de esquentamento de madeira ilegal. Aproximadamente 20 desses profissionais tiveram o cabelo raspado no presídio Ferrugem, em Sinop. Conforme Só Notícias já informou, o Crea Mato Grosso, com apoio de conselhos dos Estados do Centro-Oeste, aprovaram moção de repúdio contra as prisões consideradas ilegais. O Crea solicitou ainda informações ao juiz federal Julier Sebastião da Silva sobre os laudos que embasaram as prisões e a forma como eles foram projetados. “O laudo é uma peça técnica e precisa ser feito por alguém capacitado. Queremos saber se foi algum engenheiro e se ele está em dia com o Conselho. Somente depois de posse dessas informações é que poderemos adotar nossas medidas em relação aos profissionais acusados, que, dependendo do envolvimento, poderão até ter o registro cassado”, afirmou Bassan.
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