Os preços no varejo medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que caíram de 0,64% em fevereiro para 0,04% em março, representaram o maior peso na desaceleração do Índice Geral de Preços-10 (IGP-10), divulgado hoje (17) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
A taxa foi puxada especialmente pelo grupo Alimentação, que registrou em -0,39% (no mês anterior, 1,33%). “Cerca de 80% da desaceleração do IGP-10 estão nesse grupo”, ressaltou o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros.
O destaque foram os preços das frutas, com queda de 4,17% ante o índice positivo de 4,09% em fevereiro. O preço do mamão papaya caiu 13,41% e o do tomate passou de uma alta de 19,28% em fevereiro para queda de 9,70% em março.
De acordo com a FGV, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que registrou alta de 0,49% na comparação com o resultado anterior (0,44%) foi puxado pelo item Materiais, com destaque para o aço.
“A alta dos vergalhões de aço nesse mês foi de 3,77%, a maior desde novembro de 2004”, informou Quadros, ao explicar que a “construção está em uma fase aquecida” e que o aumento de custos no setor siderúrgico foi repassado para as construtoras.
O economista da FGV também informou que o preço da madeira tem apresentado taxas em ascensão: “Sobe cerca de 1% ao mês e no acumulado do ano já são 10%, uma taxa superior à da maioria dos materiais de construção.”
Além de atribuir o resultado ao aumento da procura pelo produto, Quadros citou as fiscalizações que têm coibido a extração ilegal do produto. “A madeira tem sido procurada pelo lado da demanda, já que é utilizada não só na construção civil como também para móveis, e pelo lado da oferta. Com o impedimento da circulação de madeira clandestina pelas maiores fiscalizações, falta um pouco de madeira para a demanda total”, informou.