
A Petrobras anunciou, no dia 17 deste mês, que o reajuste médio de 9,8% no valor do botijão de 13 quilos do GLP nas refinarias impactaria para o consumidor final em R$ 1,76 por botijão ou 3,1%, “se mantidas as margens de distribuição, de revenda e as alíquotas de impostos”. Mas, a projeção da estatal petrolífera não se concretizou e o peso no orçamento das famílias será maior.
O cálculo da Petrobras é contestado pelo presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg), Alexandre José Borjaili. “As informações de nossas revendas apontam um aumento por parte de suas companhias próximo a 8,5% no preço de compra da revenda, que certamente pode gerar um aumento médio de R$ 5 (por botijão), dependendo dos custos das revendas, da sua localização, da marca com a qual trabalha, da forma de venda ao consumidor, da venda na portaria da revenda ou entrega na residência do consumidor”, comenta.
Ele declara ainda que a associação encaminhará um ofício à presidência da República, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), ao Tribunal de Contas da União (TCU), ao Ministério Público Federal (MF) e ao Ministério de Minas e Energia (MME) solicitando informações sobre ativos da estatal e o reajuste de preços para cobrir o “rombo” na Petrobras.
Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás (Sinergás) em Mato Grosso, Humberto Botura, a “matemática” da estatal não corresponde à realidade. “As companhias receberam esse reajuste (9,8%) da Petrobras e estão repassando esse aumento para as revendas. Na ponta, vai chegar com acréscimo entorno de R$ 5 (por botijão) e não R$ 1,76”.
Ele explica que o reajuste vai se sobrepondo da refinaria para as distribuidoras e dessas para as revendas, que por sua vez vende o produto mais caro ao consumidor. Ele critica o repasse do reajuste de 9,8% pelas distribuidoras, que já haviam majorado o insumo em setembro de 2016, na média de R$ 5 por botijão.


