Se por um lado a valorização do boi pode refletir maiores lucros para os pecuaristas, por outro pode ser sinônimo de preocupação. Isto porque, desde o início do ano, o consumidor tem pago mais caro pela carne, e uma das principais explicações para o aumento é o preço do gado. Só em Mato Grosso, por exemplo, a arroba acumula alta de 20% neste ano.
Em uma rede de supermercados em Sinop, explica o gerente, houve um aumento na ordem de 25 a 30% para diferentes tipos de cortes. De acordo com Silvan Ferreira da Silva, os novos preços têm sido repassados aos poucos, para que o consumidor não sinta o impacto, embora já seja perceptível. Segundo ele, a tendência é que a realidade de mercado seja alterada apenas quando a arroba cair. “Só vai mudar a situação quando cair a arroba”, declarou, ao Só Notícias.
Empresas consultadas apontam que os custos maiores são repassados diretamente pelos frigoríficos. Estes, por sua vez, justificam que com a elevação da cotação, paga-se mais caro, e logo, são obrigados a reajustarem seus valores de venda, para cobrir a despesa extra.
Em um dos maiores de Sinop, de janeiro a junho, foram repassados pelo menos 20% de aumento no valor da carne revendida aos supermercados. A demanda e a oferta também são fatores apontados pelo segmento como determinantes. “Hoje falta gado no mercado. Para se conseguir um boi com pesagem boa, que disponibilizar um pouco mais de tempo. Infelizmente quem paga por isto é o consumidor final”, declarou Cleomar Maiforte, responsável pelo setor de vendas.
Os preços pagos em diferentes cortes estão variando de estabelecimento para estabelecimento. Em alguns é possível encontrar a alcatra por R$13,50. Picanha a R$21,50, costela R$4,75. A maminha, R$10,50.