O segundo mandato da presidente Dilma Rousseff deverá registrar um crescimento médio do País de 1,5% a 2%. Somente em 2017 a inflação atingirá a meta de 4,5% e a taxa básica de juros alcançará um dígito. Tudo isso num cenário de esforço fiscal expressivo nos próximos anos. A avaliação é de Mansueto Almeida, um dos principais economistas que assessoraram o candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves.
“Em 2015, o resultado primário poderá mostrar uma variação de dois pontos porcentuais do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 100 bilhões. Esse seria um ajuste das contas públicas bem mais forte do que a elevação em 0,5 ponto porcentual do PIB apurada em 2003, no primeiro ano do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, disse.
Almeida aponta que o ajuste fiscal em 2015 será maior do que sugere a lei de diretrizes orçamentárias para 2015, que indica um superávit primário de 1,2% do PIB. Como ele estima que o setor público consolidado deverá registrar um déficit ao redor de 0,5% do PIB em 2014, a oscilação deve ser de 1,7% do PIB. A este número deve ser agregado cerca de 0,4% do PIB, pois este seria o impacto nos gastos do governo da alta real de 2,5% do salário mínimo prevista para o próximo ano.
“Se o governo fizer toda esta correção das contas públicas ao redor de 2% do PIB, junto com o novo ciclo de alta de juros pelo BC, é bem provável que em 2015 a economia fique tão fraca quanto está agora e o PIB poderá até cair”, apontou.
Mansueto avalia que o Poder Executivo conseguirá evitar a perda do grau de investimento do País junto à agência internacional de rating Standard&Poor’s mesmo que o setor público consolidado apresente um superávit primário de somente 0,8% do PIB no próximo ano. Essa taxa representaria evolução do indicador equivalente a 1,3% do PIB, o que já sinalizaria um comprometimento da União para estabilizar e depois reduzir levemente a dívida bruta como proporção do PIB em alguns anos.