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Pesquisa em Cuiabá aponta intenção de consumo neste início de ano

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A Gazeta

Pesquisa da Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que mede o poder de compra em Cuiabá, indica que a população está mais propensa a gastar neste início de 2019, apesar das despesas típicas do fim do ano. O indicador cresceu de 79,5 para 83,3 pontos entre janeiro de 2018 e de 2019, alta de 3,8 pontos. Em relação há 2 anos, o crescimento é ainda maior já que em janeiro de 2017 o índice marcava 77,7. A tendência é que o indicador siga curva crescente em 2019, motivado pelo otimismo das famílias.

O levantamento é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e foi divulgado pela Fecomércio/MT nesta sexta-feira . Entre os indicadores bem avaliados está a que mede a percepção do consumidor em relação ao crédito. Apesar de a maior parte das pessoas avaliar que o crédito “está mais difícil”, indicado por 40,9% dos entrevistados, este percentual é menor que em 2018, quando 49,8% fizeram essa afirmação.

O nível de consumo atual também cresceu. No ano passado, esse indicador marcava 56,6 pontos. Este ano subiu 6,3 pontos e chegou a 62,9. Mesmo com recuo em diversos indicadores, o sentimento do cuiabano sobre a economia e o consumo ainda está ruim.

Segundo o levantamento, 59,7% dos entrevistados afirmam estar comprando menos que no ano anterior; 59,5% têm perspectiva de consumir menos nos próximos meses e 63,3% acreditam que este é um mau momento para a compra de bens duráveis, como televisor e geladeira.

O vendedor ambulante Carlos Donadon, 55, afirma que “está difícil para comprar”. “Só tenho comprado o necessário. Não quero comprar para deixar guardado e ter gasto”. Segundo ele, as vendas de água de coco caíram em janeiro. “Como gastar se pode faltar mais na frente. Você gasta hoje e amanhã faz falta”. Com a venda de água de coco ele ganha até 1,5 salário por mês.

Já o despachante José Bezerra, 63, diz que gasta mais com alimentação porque almoça fora todos os dias. “Além disso, tenho comprado apenas roupa, porque não tenho necessidade de outras coisas. Agora estou de licença e a renda caiu”. Apesar da retração na renda, ele é otimista e acredita que irá melhorar nos próximos meses. “O país está crescendo e melhorou bastante, principalmente Mato Grosso, que tem muita riqueza”.

De acordo com a análise da Fecomércio/ MT, as pesquisas vêm apresentando consecutivas melhoras, tendência observada desde novembro. Com isso, a expectativa é de aumento na intenção de consumo. “As condições mais favoráveis do mercado de trabalho, aliadas à estabilidade inflacioná- ria, devem influenciar positivamente o otimismo das famílias”. A entidade espera aumento de 5,5% nas vendas do varejo.

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