Dados recentes divulgados pelo Sistema Nacional do Emprego (Sine) em Mato Grosso revelaram um aumento de 34,8% no número de pedidos de seguro-desemprego em julho deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado com 6.547 demandas em 2009 ante 4.854 em julho/08. Nos sete primeiros meses deste ano o número de requerentes cresceu 25,8% quando comparado ao mesmo período de 2008 com 43.553 pedidos este ano ante 34.602 no ano passado. Para Ivone Rosset, superintendente do Sine em Mato Grosso, uma das explicações para este acréscimo está na expansão de postos do Sine no interior do Estado. "Foram abertas novas unidades, ou seja, postos que começaram a atender os trabalhadores o que representa crescimento na demanda".
O posto de Cuiabá lidera número de pedidos de seguro-desemprego com 10.785 demandas nos primeiros sete meses do ano sendo 1.765 somente em julho, o número mais alto desde janeiro. Ivone Rosset credita este crescimento à crise financeira mundial que ainda traz reflexos na economia.
Qualificação e reinserção – A superintendente do Sine/MT faz questão de ressaltar que o seguro-desemprego é um benefício temporário que deveria se transformar em investimento na qualificação. "Infelizmente as pessoas não sabem aproveitar o recurso e não o utilizam para o fim que ele foi criado. Acabam usando o dinheiro para pagar dívidas". Por isso o Sine realiza um trabalho intenso de reinserção dos trabalhadores no mercado de trabalho. "Entendemos que com menos tempo de permanência fora do mercado ele tem mais facilidade de voltar. Fazemos um trabalho de convocação destes requerentes".
Segundo Ivone o sucesso deste trabalho esbarra na falta de informação. "Muitos têm medo de retornar ao mercado porque pensam que perderão o seguro-desemprego e por isso muito trabalhador chega a dispensar determinadas vagas. Prefere receber todas as parcelas do benefício para depois voltar ao mercado".
Vale lembrar que, quando é inserido de volta no mercado, o trabalhador não perde as parcelas a que tinha direito mas poderá retomá-las caso fique desempregado novamente. "É melhor garantir o emprego porque, além de ser permanente, muitas vezes o que ele vai ganhar é superior ao valor da parcela", frisou.
Emprego – Para as 3.399 vagas oferecidas pelo Sistema Nacional de Emprego em Mato Grosso (Sine/MT) em julho deste ano o órgão encaminhou 12.004 pessoas, mas apenas 2.510 vagas foram preenchidas. Nos sete primeiros meses de 2009 já foram encaminhadas 72.433 pessoas para as 24.750 vagas ofertadas. Houve o preenchimento de 15.011 delas. Em relação ao mesmo período do ano passado são cerca de 4 mil vagas a menos, praticamente o mesmo número de encaminhados e cerca de 4 mil colocados a menos.
A falta de qualificação ainda é um grande obstáculo, tanto na conquista da vaga quanto na permanência do colocado no mercado de trabalho. O tão valorizado conhecimento na área pode vir tanto por meio de cursos de capacitação ou da própria experiência. Este foi um requisito importante para a Gileade Refeições, empresa de Cuiabá que no mês passado contratou dez pessoas, seis delas por intermédio do Sine.
"Geralmente as pessoas que se propõem a trabalhar na cozinha já têm experiência", observou o gerente Cláudio Cunha. "Quando a pessoa já tem este conhecimento fazemos um treinamento para ela se adequar à rotina da empresa".
Motivações – Segundo Ivone Rosset, a crise econômica influenciou no número de colocados no mercado de trabalho. Além disso as oscilações mês a mês são consideradas normais porque refletem a sazonalidade característica em Mato Grosso. "Os setores que mais representam na geração de emprego e renda para o estado são o de serviços e comércio, seguidos pela indústria e agropecuária, mas este último tem avanços e retrações conforme os períodos de safra e entressafra".