Serviços de entrega rápida em Cuiabá e região metropolitana foram atingidos pela pandemia. Pedidos realizados por consumidores em isolamento social não reverteram as perdas decorrentes da suspensão temporária de atividades nos setores público e privado. Isso porque as medidas de contenção do novo coronavírus levaram à interrupção de negócios, desemprego, diminuição da renda e queda no consumo. Empreendedores do ramo de entregas expressas não passaram ilesos à crise sanitária e financeira. Viram os pedidos diminuírem até 40% e realizaram demissões.
Essa situação foi vivenciada pelo sócio-proprietário de uma empresa, Arthur Cruz da Silva. Depois de um forte impacto no mês passado, a empresa demitiu todos os colaboradores. Com a reabertura parcial do comércio e outros setores, a procura por entregas rápidas está sendo retomada e a empresa recontratou parte dos entregadores, relata Silva. “Estamos com 4 motoboys, mas antes da pandemia tínhamos 8”, relembra. Ele explica que a empresa começou atuando somente com remessas de peças, incorporando depois o atendimento a cartórios e bancos, para “serviços mais burocráticos”, como define Silva. “Tivemos grandes dificuldades nas primeiras semanas da pandemia. Diminuiu muito os serviços”, desabafa.
Com 31 anos de mercado, outra empresa também freou corridas dos entregadores em meio à crise que levou à forte retração da demanda. “Fomos surpreendidos pelo impacto em alguns setores que atendemos, principalmente comércio e órgãos públicos”, afirma Vanderley Moreira, coordenador geral da empresa, que atua com a coleta reversa, de exames clínicos, entrega de malotes, de maquinetas de cartão e recolhimento de assinaturas, além do delivery de refeições. Moreira diz que o fechamento temporário do comércio levou à queda de 40% nas entregas da empresa. “A demanda reduziu muito. As pessoas não têm dinheiro para consumir”, afirma o entregador por aplicativo Herlon Bezerra.
Microempreendedor Individual (MEI), ele recebe pedidos de entregas por aplicativo há quase dois anos. Está cadastrado para atender as principais plataformas de entrega de alimentos. “Tem dias que trabalho até 14 horas para bater o mesmo valor diário que conseguia antes. Às vezes, fico até 3 horas aguardando surgir algum pedido”, expõe.