A Federação das Indústrias de Mato Grosso vem acompanhando as reuniões que a Secretaria de Meio Ambiente realiza em várias cidades do estado. Na sexta-feira, o presidente da entidade participou do encontro que reuniu madeireiros e representantes do setor produtivo de Alta Floresta na sede da Câmara de Dirigentes Lojistas. Para Nereu Pasini é importante a participação da federação nessa peregrinação. Segundo ele, esse acompanhamento dá maior segurança aos empresários.
“Essa parceria é importante. Nós estamos brigando e existem leis que tem que ser cumpridas e nós vamos ter que nos aguardar. Trabalhar da forma como fomos induzidos, durante muitos anos, cair no erro e aonde a maioria ficou irregular, não tinha mais condições de trabalhar”, frisou Pasini, citando que o setor produtivo tem que encontrar meios de sustentabilidade.
Duas grandes questões preocupam o setor produtivo: a criação da reserva ambiental no Apiacás e a questão de averbação para manejo florestal.
No primeiro item, Pasini lembra que o governo estadual, através da Assembléia Legislativa criou a Floresta Pública do Juruena, contrariando a vontade do Governo Federal que era de transformar mais de 70% do território apiacaense em Parque Nacional. Apesar de aprovado, o projeto de floresta pública, que é defendido pelo setor produtivo regional, ainda depende de homologação por parte do Ministério do Meio Ambiente.
“Nós vamos ter que lutar pra que isso aconteça. Estamos nos movimentando, através da FIEMT, com políticos, pra chegar até a Ministra do Meio Ambiente (Marina Silva) pra que ela concorde com isso. Se vai conseguir ou não, é uma interrogação”, comentou Pasini.
Mas a questão que mais preocupa mesmo é com relação à averbação de áreas de terra pra manejo. Em conformidade com leis ambientais da época, muitos proprietários chegaram a desmatar 50% de suas propriedades.
“É uma dúvida que existe, nós levantamos ali na mesa, mas o secretário tem que ver a possibilidade, de aceitar de fazer o manejo em área averbada em 50%. Se acontecer isso, nós vamos lutar pra isso, vai ser a redenção de muitas empresas de Alta Floresta”, citou o presidente da federação.
A prefeita Maria Izaura comentou que o governo vem demonstrando interesse de vir aos municípios para conversar com empresários e mostrar os caminhos para que possam se adequar à legislação ambiental.
“No primeiro momento o empresário sente que a Sema está querendo penalizá-lo, mas infelizmente eles tem que se conscientizar de que esse momento com o meio ambiente não tem volta. Daqui pra frente, mesmo que demore, vamos nos adequar, o empresário precisa correr pra que ele não perca mais tempo”, destacou a prefeita altaflorestense.