Sorriso, região norte do Mato Grosso. É no município, com pouco mais de 65 mil habitantes, que se encontra atualmente a principal área produtiva de soja no Estado. Os números da última safra mostram a importância da cidade para o agronegócio estadual. Somente dessa oleaginosa foram produzidos 1,84 milhão de toneladas e, de milho, 903 mil toneladas. Quem produz almeja não somente bons reportes no campo, mas também a garantia de escoamento do produto.
É pela BR-163 que sai considerável parcela dos componentes do agronegócio rumo aos portos brasileiros, visando abastecer os mercados nacional e internacional. O atual traçado dessa rodovia faz com que o trânsito de mercadorias ocorra no sentido Norte-Sul. Quem utiliza essa BR sabe das carências e problemas, e cobra providências pela criação de novos mecanismos multimodais.
Além de alternativas para o escoamento da safra, o setor produtivo mato-grossense pode ter, na implementação da BR-242, uma nova aliada. Ao contrário da BR-163, o fluxo pela 242 será sentido Leste-Oeste, ligando o Estado ao Tocantins, dando acesso à rodovia que chega ao porto no Maranhão (Itaqui). O asfaltamento deverá atingir quase 600 quilômetros, compreendendo treze lotes. Até o momento, em apenas dois lotes já existe asfalto. Em um novo lote, compreendendo a extensão de 130 quilômetros entre Nova Ubiratã e a MT-130 (localidade Postinho Santiago), os serviços devem começar em pouco tempo, após conclusão dos trâmites pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Para o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Elso Pozzobom, a pavimentação da BR-242 causará impacto diretamente sobre a região Médio-Norte.”Seria uma ligação importante com o Norte do país. Esse corredor vai levar os produtos até o porto do Maranhão o que deixaria o frete muito mais barato para o agricultor”, declarou. Com a nova rota, segundo ele, o transporte seria via caminhão até Goiás e, de lá, seguiria de trem até o porto no Maranhão.
Pozzobom diz que o novo corredor, ligando a um terminal ferroviário de outro Estado, encerraria o monopólio do terminal ferroviário de Alto Araguaia. De acordo com ele, atualmente, os agricultores da região preferem escoar os grãos pelo porto de Paranaguá (PR). Como todo o transporte é terrestre e as condições das estradas em algumas localidades não estão em boas condições, o custo de transporte torna-se muito elevado.
A BR-242 possui quase 600 quilômetros de extensão e a meta do Governo Federal é que, ainda no ano de 2011, todas as empresas responsáveis pelas obras dos lotes estejam contratadas, bastando apenas ao DNIT emitir as ordens de serviço de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros.