Apesar do mercado disponibilizar vagas de emprego nos mais diferentes segmentos, em algumas cidades da região Norte tem emprego sobrando em algumas funções que requerem muita qualificação e experiências. É reflexo de uma situação ocorrida também no cenário nacional. Especialistas apontam que esta é a principal dificuldade que impede a obtenção do primeiro emprego ou quem quer mudar de atividade profissional.
O comércio e a indústria são apontados como os setores mais deficitários de mão-de-obra preparada. Em Sinop isto não é diferente. É o que demonstra um levantamento do Sistema Nacional de Emprego (Sine). Entre primeiro de janeiro até ontem, 2.221 vagas foram colocadas à disposição. Só Notícias apurou que, dos 3.052 encaminhados às empresas, somente 574 terminaram empregados.
Resultado que segundo o coordenador Alcides Shimizu, expõe uma preocupação. “É preocupante pelo baixo número de pessoas que conseguimos inserir. O que falta mesmo é a qualificação. Mandamos aqueles candidatos cujos perfis chegavam próximos às exigências, e mesmo assim, não se fixaram”, declarou, ao Só Notícias.
Em Lucas do Rio Verde, o vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial (Acilve), revela a mesma preocupação. Mesmo com o crescente desenvolvimento da cidade, com base na instalação de novas indústrias de alimentos, o quadro também aponta para a mesma realidade de Sinop. “Há falta de profissionais com qualificação, como no comércio para atendentes, caixas e assim por diante. As próprias empresas que estão se instalando precisam de mão-de-obra”, salientou. Conforme o dirigente, a associação tem buscado parcerias para realizar cursos de formação aos trabalhadores luverdenses.
“A cidade cresce e não conseguimos encontrar pessoas para a demanda. Há mais serviços que pessoas. Não adianta termos muitos trabalhadores, porque precisamos de qualidade”, concluiu.
Ano passado, a pesquisa ‘Demanda e Perfil dos Trabalhadores Formais no Brasil em 2007’, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontou que somente 18% dos desempregados do país tiveram os resquisitos necessários para serem contratados, entre janeiro a novembro. O levantamento detectou que no Norte, Centro-Oeste e Sul, a quantidade de vagas superou o total de trabalhadores qualificados.
No Sudeste e Nordeste, há tendência inversa, com sobra de trabalhadores e falta de vagas.