O encerramento do plantio de milho safrinha em Mato Grosso tem refletido em duas perspectivas aos agricultores. A primeira aponta para uma lavoura próspera com base no bom desenvolvimento dos grãos nas diferentes regiões do Estado e uma segunda não tão positiva: problemas de falta de espaço para armazenar o produto. Esta última já tem exigido reflexões do setor para não correr o risco de enfrentar adversidades na hora da estocagem.
Conforme o Instituto Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária, os produtores já tem se “precavido” fazendo negócios antecipados para entrega em julho/agosto baseado mais na necessidade do agricultor, que reconhece não ter onde guardar o grão, do que pelo valor pago no cereal. Nos principais pólos produtivos do Estado, como o Médio-Norte, o setor cobra medidas do governo federal.
Em Sorriso, onde foram destinados à safrinha de milho entre 180 a 200 mil hectares, o presidente do Sindicato Rural Elso Pozzobon explica que a maior dificuldade encontra-se no baixo número de armazéns credenciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para receberem o produto.
“Os armazéns que são destinados a receberem milho estão com quase toda produção do ano passado, pelo menos os credenciados pela Conab. Isto preocupa porque não teremos onde colocar a produção considerando-se que o governo já fez aquisições via contrato de opções e isto demanda capacidade nos armazéns credenciados”, declarou, ao Só Notícias/Agronotícias.
Pozzobon ressalta que as empresas particulares devem conseguir atender seus clientes com a capacidade ofertada. “Teremos até condições de abrigar a safra mas não em armazéns pela Conab”, acrescentou o representante, ponderando não haver, por exemplo, estatística que aponte o total de armazéns credenciados e a respectiva capacidade. “Realmente precisaríamos que o governo abrisse espaço, novos credenciamentos”, reitera Elso.