As reformas de final de ano vão impulsionar o mercado da construção civil, principalmente entre os materiais de acabamento, como as tintas, que neste período chega a ter um incremento de até 30% nas vendas. Além das revendedoras, as fabricantes também se preparam para o período com aumento na produção e até no número de funcionários. Em compensação, o setor de alicerce pode sofrer retração devido ao período chuvoso.
Nas lojas, o momento é de boas expectativas por um lado e de receio por outro, visto que os últimos meses geralmente vêm acompanhados das chuvas, o que desacelera a venda de materiais básicos, como cimentos e estruturas metálicas.
Com isso, os preços destes produtos também devem cair. É o que espera o gestor da Beira Rio, Marcelo Santos. De acordo com o vendedor, o cimento, que no decorrer do ano apresentou sucessivas altas nos preços decorrente da escassez do produto e aceleração do mercado, deverá ter o preço reduzido no último mês do ano."Com o final de ano, as construtoras e grandes obras de governo entram em recesso ou diminuem o ritmo devido às chuvas e o cimento começa a ter a demanda diminuída". Em contrapartida, Santos diz que as tintas desde outubro estão com crescente demanda e em novembro o aumento pode chegar a 30%.
Com mais procura, as fábricas também investem para abastecer o mercado. A Max Vinil, por exemplo, projeta um incremento de 20% com relação aos demais meses do ano e de 20% com relação ao final do ano passado. Para o gerente comercial da indústria, Carlos Durão, este crescimento poderia ser maior se não fosse o assédio de grandes fabricantes nacionais. "Com o mercado em expansão, Mato Grosso tem atraído a atenção de muitos fabricantes, até mesmo internacionais, e assim acabamos perdendo parte desta evolução. A previsão, no começo do ano, era de crescer 30%, com a investida de outras marcas reduzimos a margem para 20%", afirma o representante ao comentar a média mensal de produção da fábrica é de 150 mil galões e que em outubro a produção foi de 220 mil, em decorrência da demanda. Quanto ao quadro de funcionários, atualmente de 150 pessoas, Durão afirma que é possível contrações.
Na Lobo Tintas este é o período mais promissor e a expectativa é de que haja um aumento entre 15% e 20% na comercialização. A fábrica instalada no Estado abastece, além da região Centro-Oeste, as regiões Norte e Nordeste. O diretor da empresa, Gustavo Lobo, diz que a produção é baseada no suprimento do mercado. "Vamos investir conforme a demanda", explica com relação aos 50 mil galões fabricados por mês.
Na Gusman Materiais para Construção a intenção é de que as vendas cresçam até 50% a partir deste mês. Em outubro, que teve 5 finais de semanas, o movimento foi 15% superior ao de setembro. Segundo Marcos Vinícius Mendes, de novembro em diante as vendas são uma atrás da outra. "É o dia inteiro as pessoas procurando e comprando materiais".