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MT: interior torna-se principal gerador de empregos

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Foi-se o tempo em que municípios considerados de “interior” eram sinônimos de falta de oportunidade, precariedade e sem opções para se gerar trabalho e renda à população. Nos últimos anos, empresas de diferentes setores têm optado por cidades fora do eixo “capitais” para darem início a suas atividades. Os motivos estariam ligados a diferentes frentes, isto é, mais incentivos pelo poder público, localização estratégica, maior abertura de mercado, potencial de crescimento na região, melhor oferta de matéria-prima, logística, bem como outras.

Para quem está em busca de um primeiro emprego, quer reinserir-se no mercado de trabalho ou mesmo está à procura de um melhor lugar ao sol, a saída pode estar, em muitas vezes, trocar as capitais, ou mesmo as grandes cidades, por aqueles lugares considerados pacatos, onde a rotina do dia-a-dia costuma ser diferente.

Se no Brasil tal cenário já é realidade em Mato Grosso o caso não é diferente. Prova disto é que ao longo dos últimos anos municípios localizados fora da região metropolitana Cuiabá-Várzea Grande – as maiores do Estado – têm obtido melhores índices de empregabilidade, ou seja, criando mais vagas no concorrido mercado e em diferentes setores: prestação de serviços, comércio, construção de serviços, indústria, agronegócio.

A vocação das cidades para um dos diferentes segmentos também têm sido fator essencial para elevar o quadro de mão-de-obra. No entanto, especialistas afirmam não bastar espaços em aberto e para serem preenchidos, mas também ter candidatos qualificados para as vagas a que pleiteam. Entre 2008 e 2009 houve uma inversão no quadro de trabalho estadual comprovando o fluxo migratório e o crescimento das pequenas cidades no tocante à abertura de vagas.

Em 2008, por exemplo, a capital Cuiabá era tratada como a principal criadora de empregos no Estado. Isto porque, na época, o saldo obtido mediante a diferença entre as admissões e demissões era, de longe, incomparável. Na época, foram 8.022 novos postos.

A vice-liderança era exercida por Lucas do Rio Verde. Apesar do resultado positivo verificado entre os segmentos os pouco mais de 3,6 mil empregos deixavam evidente o tamanho da diferença dos índices. Também considerada de interior, Sorriso figurava na terceira posição com 1,5 mil empregos.

Só Notícias apurou que, de lá para cá, a realidade mudou e os papeis inverteram-se. A capital perdeu espaço e ao final de 2009 viu o interior abocanhar mais brechas no concorrido negócio das oportunidades. Prova disto é que ao término do ano passado havia-se gerado 91,5% (equivalente a 674 novos postos) a menos de oportunidades quando comparado ao ciclo 2008. O resultado fez Cuiabá cair quatro posições e ser a quinta colocada do ranking de empregos, de acordo com o Ministério do Trabalho.

Por outro lado, quem apostou na inversão de mercado e depositou suas fichas naquelas cidades do interior percebeu a mudança das estatísticas. Em 2009 o melhor momento foi de Sorriso, campeã estadual na geração de oportunidades. Entre janeiro a dezembro foram 1.555 novas vagas, -0,3% inferior a 2008.

Neste local contribuíram para os bons índices a construção civil (792 novos empregos), seguida pelo comércio com 355, a prestação de serviços com 284, a agropecuária com 100, a indústria da transformação com 37 e demais.

2009 marcou a evolução das cidades interioranas e reacendeu o otimismo econômico nestas localidades. Tanto que quem despontou no quadro foram elas. Ou seja, depois de Sorriso (campeã), geraram mais empregos, pela ordem, Lucas do Rio Verde (1.057), Primavera do Leste (1.027), Barra do Garças (725), Cuiabá (674), Alta Floresta (448), Sinop (429), Juara (422), Rondonópolis (287), Tangará da Serra (240), Colíder (230), Colniza (225), Cáceres (167). Houve saldo positivo também em Peixoto de Azevedo: 35 novos empregos.

Os números são fruto do balanço apresentado pelo Ministério do Trabalho e Emprego para as cidades cuja população supere a casa dos 30 mil habitantes. Na contramão dos índices positivos, alguns municípios amargaram redução no quadro de empregos em 2009. A exemplo mensuram-se os Juína (-855), Barra do Bugres (-413), Várzea Grande (-391), Aripuanã (-277), Nova Mutum (-274).
Já em 2008 Várzea Grande havia criado 1.434 novos empregos, Aripuanã 649, Juína 331, Nova Mutum 505 e Barra do Bugres (35).

Em todo Estado, em 2009, foram gerados 5.412 novos empregos com a prestação de serviços encabeçando a lista: 4.743, seguida pelo comércio, 3.406, extrativismo 92.

 

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