Levantamento da Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT) aponta que o pagamento do 13º salário será responsável pela injeção de aproximadamente R$ 680,7 milhões na economia local. O valor é 13,4% superior ao volume registrado no ano passado, em torno de R$ 600 milhões. Com os recursos que tendem a circular no mercado, a expectativa dos empresários é positiva, apesar da crise de crédito internacional.
A boa perspectiva para o período natalino é pautada nas possibilidades de os consumidores que estão inadimplentes quitar as contas para que possam assumir novas dívidas, aquecendo as vendas. “Acreditamos que boa parcela das pessoas que vão receber o abono e que estão inadimplentes vão pagar sua contas”, diz o diretor-presidente da Fecomércio, Roberto Peron.
Segundo ele, os estoques já foram comprados há algumas semanas e as mercadorias já estão sendo colocadas à disposição dos clientes. Nos shoppings de Cuiabá, a decoração e a presença do Papai Noel já estão chamando a atenção dos consumidores. No centro da cidade, as lojas estão decoradas, e o atendimento foi reforçado. Estimativa da federação aponta que para o trabalho temporário tenham sido contratados 7,5 mil pessoas, que vão ajudar no atendimento à maior demanda.
Na avaliação do diretor, o comércio de Mato Grosso não sentirá os efeitos da crise neste Natal. Primeiro porque os produtos já foram comprados, as contratações temporárias já foram feitas e os recursos a serem recebidos pelos trabalhadores já foram contabilizados pela empresa. Ele afirma por exemplo, que o pagamento dos servidores de Cuiabá e do Estado está em dia e que por isso, o cenário é positivo.
“Temos que considerar ainda que Mato Grosso é um dos Estados cuja economia é diferente. Temos uma base no setor primário e não há muitos investimentos em bolsa de valores, ou seja, não há tanta especulação”. Peron alerta porém, para a crise psicológica. De acordo com ele, a forma com que a crise está sendo tratada -de forma massificada -está passando um sentimento de incertezas e insegurança às pessoas, o que pode reduzir a intenção de compras para as festas de fim de ano e também em aplicações mais expressivas por parte das empresas.