As montadoras de veículos no Brasil elevaram sua previsão de investimentos para o período até 2017. Em lugar dos R$ 60 bilhões divulgados até a semana passada, a estimativa agora é R$ 71 bilhões. A informação foi divulgada hoje (8) pelo presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan Yabiku Júnior, após reunião do Grupo de Apoio à Competitividade (GAC) , com presença dos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. Segundo Moan, a Anfavea recebeu notificações de mais aportes, no valor de R$ 11 bilhões.
Apesar da expectativa positiva, segundo o presidente da Anfavea, o setor segue preocupado com as exportações e voltou a pedir ao governo um pacote para estimular as vendas externas de veículos. Segundo ele, em 2005 a indústria automotiva brasileira exportou 900 mil unidades. Este ano, no entanto, as vendas externas devem somar apenas 420 mil veículos. De acordo com o presidente da Anfavea, o setor deseja um programa que possibilite alavancar a exportação ao patamar de 1 milhão de unidades anuais até 2017.
"Coloquei claramente que nós precisamos de medidas adicionais, do Exportar Auto. A reação dos dois ministros foi muito boa. Nós, da Anfavea, estamos finalizando estudos a respeito. Nosso principal problema é a carga tributária, superior a 8%, do custo de produção", disse.
Além da Anfavea, mais 29 entidades que representam o setor privado participaram da reunião do GAC. Entre elas, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC).
O presidentes da Fiesp, Paulo Skaf, disse que frisou aos ministros a importância da aprovação da Medida Provisória (MP) 595/2012, a MP dos Portos. "O pedido concreto de hoje foi esse. Há uma indefinição [da economia], setores com desenvolvimento bom e ruim. Com a aprovação, a gente reduz o Custo Brasil, melhora a eficiência", disse.
Paulo Safady, presidente da CBIC, também falou sobre investimentos para melhorar a logística e infraestrutura. Para ele, a elevação da taxa de retorno para as concessões de rodovias anunciada mais cedo pelo ministro Guido Mantega é "bom sinal". "É preciso uma reversão do movimento da economia, o mercado externo continua em crise".
Já o presidente da CNI, Robson Andrade, disse estar preocupado com a concorrência das importações, especialmente dos produtos chineses. "Os setores estão com dificuldades, pois tem muita importação de máquinas da China. [Precisamos de] uma série de ações para dar mais competitividade às exportações, principalmente defesa comercial", disse. Segundo ele, segmentos específicos como têxtil e de máquinas e equipamentos apresentaram demandas ao governo. Andrade, no entanto, não detalhou quais foram os pedidos.