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Missão chilena inspeciona sanidade do rebanho bovina em Mato Grosso

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Uma comitiva de técnicos de defesa sanitária do Chile acompanhada pelo fiscal federal do departamento de Saúde Animal no Ministério da Agricultura, Ronaldo Teixeira, em visita a Mato Grosso, inspecionou várias propriedades mato-grossenses a fim de constatar a sanidade animal do rebanho bovino do Estado. A iniciativa partiu do país vizinho após a oficialização do Comitê Permanente Veterinário da União Européia (UE) de que Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul estão novamente aptos à exportação da carne para os 27 países-membros do bloco.

De acordo com o secretário de Estado e Desenvolvimento Rural (Seder), Neldo Egon, a visita dos técnicos reafirma o interesse do Chile em importar a carne desses estados brasileiros e essa é uma nova alternativa de mercado para Mato Grosso.

“Depois do foco de febre aftosa que São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul apresentaram há três anos, o mercado internacional se fechou para as exportações brasileiras de carne e com o Chile não foi diferente. De lá para cá foi um trabalho intenso dos governos federal e estadual para garantir a sanidade animal e reabrir essa rota comercial entre os países europeus e também do Mercosul”, explicou Neldo Egon.

O presidente do Instituto de Defesa Agropecuário do Estado (Indea), Décio Coutinho, acompanhou a equipe chilena e participou ainda de apresentação técnica sobre o trabalho desenvolvido pelo órgão no combate efetivo à febre aftosa em Mato Grosso. “Temos 100% da nossa área habilitada pelo Ministério e oficializada pela União Européia para exportação e a certeza de que após essa visita técnica Mato Grosso passará a exportar também para o Chile”, disse ao lembrar que após o embargo à carne bovina produzida em MS, SP e MG – em razão da ocorrência de febre aftosa – as vendas do produto ao bloco estavam vetadas desde outubro de 2005.

O representante do Ministério da Agricultura, Ronaldo Teixeira, citou ainda que a equipe esteve também em Rondônia. Na agenda de visitas estão ainda passagem por Minas Gerais e depois para o Rio Grande do Sul. “Maior importador de produtos agropecuários brasileiros, a União Européia ameaçava impor barreiras às compras nacionais por causa de falhas encontradas por uma missão veterinária no controle de resíduos e contaminantes em animais vivos e produtos de origem animal. Conseguimos junto aos governos estaduais reabilitar nossas áreas à exportação e o resultado prático desse empenho está aparecendo agora. A UE já oficializou o livre mercado entre os países-membros e o Brasil. Agora chegou a vez de o nosso vizinho Chile comercializar com estados brasileiros”, argumentou Teixeira.

Tão logo as exportações foram suspensas o governo brasileiro apresentou um plano com cronograma emergencial de monitoramento de resíduos, detalhes das formas e maneiras de operacionalização e fixou prazos e metodologias para as análises dos estados. Ampliou de 19,7 mil para 51 mil o volume de amostras feitas pelo Programa Nacional de Controle de Resíduos (PNCR).

Duas missões técnicas européias (uma animal e outra vegetal) visitaram o Brasil somente no primeiro trimestre de 2007 para reavaliar o Programa Nacional de Controle de Resíduos. Antes disso, o comissário europeu de Saúde e Proteção ao Consumidor da União Européia, o grego Markos Kyprianou, também visitou o país para avaliar o funcionamento de laboratórios e do controle de resíduos dos alimentos. Só em Mato Grosso foram mais de sete visitas técnicas de inspeção e acompanhamento de vigilância sanitária animal.

O governador do Estado, Blairo Maggi, junto com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, e representantes de entidades do setor agropecuário, participou em outubro de 2007 em Bruxelas (Bélgica), do encontro com parlamentares da União Européia para tratar da liberação da exportação da carne brasileira. Maggi lembra que Mato Grosso atende todas as exigências sanitárias, nutricionais e zootecnias de mercado. “A retomada das importações pela UE representa o reconhecimento das ações políticas de governo e da classe dos pecuaristas dos estados brasileiros, agora, esperamos que o Chile também seja nosso parceiro nessa rota comercial”, ressaltou Maggi.

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