O Ministério dos Transportes criou dois grupos de trabalho para coordenar as atividades necessárias para a realização de leilões das concessões previstas para este ano. Formado por membros da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Valec e pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), eles vão acompanhar os trâmites envolvendo as BRs 163 e 230, entre Mato Grosso e Pará, além da 364 e 060 entre Mato Grosso e Goiás. Em relação as ferrovias, os trechos partindo de Sinop a Miritituba (PA) e de Sapezal a Porto Velho (RO).
No tocante às rodovias, o governo quer conceder 976 quilômetros de Sinop ao porto de Miritituba (PA), sendo esperados R$ 6,6 bilhões por parte do consórcio que arrematar o trecho. O projeto parte do entroncamento com a MT-220 até o entroncamento com a BR-230, já no Estado vizinho, e de lá do entroncamento com a BR (Campo Verde) até Miritituba.
Dos 976 quilômetros, estima-se que 60% estejam pavimentados. Faltam ser construídas diversas pontes de concreto. As obras foram divididas em 'lotes' com a empreiteiras e o Exército fazendo a pavimentação. Os cronogramas de conclusão feitos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não se cumpriram. O último é que o asfaltamento fique pronto ano que vem.
Já para a concessão 703 quilômetros de rodovias federais interligando Mato Grosso e Goiás o governo prevê R$ 4,5 bilhões em investimentos. O plano engloba a BR-364, do entroncamento com a BR-163 (Rondonópolis) até o entroncamento com a BR-060 em Jataí (GO) e, de lá, até Goiânia. A intenção é escoar produção do Centro-Oeste para portos dos Arcos Norte e Sul. Os estudos sobre os impactos no frente e também de viabilidade ainda não foram divulgados.
Em relação às ferrovias, o governo planeja 950 quilômetros de Sinop a Miritituba (PA). Entidades do agronegócio, com a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), têm defendido a construção de ferrovia para escoar parte da produção de soja, milho, algodão, carne e madeira do Médio Norte. O ex-presidente Glauber Silveira, já chegou a declarar que os estudos apontam investimentos de R$ 6 bilhões e com o potencial de escoar 30 milhões de toneladas até 2020.
De Sapezal a Porto Velho (RO), o governo também avalia 950 quilômetros em estrada férrea. No final do ano passado, a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) aprovou cinco emendas ao Orçamento 2015, todas relatadas pelo senador Acir Gurgacz (PDT-RO). A proposta de maior valor destinava R$ 500 milhões para a construção de trecho da ferrovia, no trecho Sapezal-Porto Velho, mas isso acabou sendo revisto na sanção pela presidente Dilma Rousseff.
Em todos casos a concessão prevista é de 30 anos com objetivo de dar agilidade ao escoamento de produtos da região. A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) estima para o ciclo 2014/2015 uma produção de 51,202 milhões de toneladas, alta de 3,5 milhões em relação à safra passada.