Pesquisadores, professores, técnicos e profissionais ligados à concessão da energia elétrica em Mato Grosso debatem soluções energéticas alternativas para levar luz elétrica até populações isoladas ou de difícil acesso, instaladas em municípios da Amazônia Legal. A discussão acontece no evento “Soluções Energéticas para a Amazônia Legal”, promovido pelo Ministério das Minas e Energia, que começou na última segunda-feira, nas capitais brasileiras dos nove Estados que compõem a região.
Em Mato Grosso, a estimativa do coordenador estadual do programa do governo federal Luz para Todos (LPT), Gustavo Reis Vasconcelos, é de que 5 mil famílias residam em áreas isoladas ou de difícil acesso. Elas representam 5% das 100 mil que fazem parte do público a ser atendido pelo programa no estado, até 2008. E para esses locais, aonde a rede convencional não chega, a única forma de acesso à energia será por meios alternativos e sustentáveis. “Está chegando a hora de encararmos nosso grande desafio, atingir locais onde a densidade populacional é baixa, o acesso é difícil, falta logística e consequentemente modelo tradicional é inviabilizado em função do alto custo. Por esse motivo buscamos nivelar com o evento, o conhecimento sobre tecnologias alternativas para, a partir de março, definirmos a melhor maneira de concluir o trabalho”, afirma o consultor do Ministério das Minas e Energia e coordenador do curso em Mato Grosso, Luis Henrique Bello.
Em Mato Grosso, já existem várias comunidades com acesso à energia elétrica pelo sistema fotovoltaico, que aproveita a energia solar e está enquadrado no sistema híbrido. Um dos exemplos é a comunidade de Pico do Amor, localizada a 95 quilômetros de Cuiabá, onde também é desenvolvido um projeto de pesquisa inédito, que busca produzir energia elétrica a partir do hidrogênio e do etanol. “Para cada localidade usaremos o que for mais viável do ponto de vista da sustentabilidade. Cada região tem uma vocação natural e econômica. Agora estamos no momento de nivelar conhecimentos”, disse Bello.