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Mercado resiste à pressão externa e dólar fecha em leve alta a R$2,25

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O fluxo positivo amenizou a pressão externa e o dólar fechou em alta de apenas 0,31% nesta terça-feira. Mas a grande preocupação ainda está na possível alta dos juros norte-americanos e a consequente desaceleração da economia do país.

Após subir 1,33%, para R$ 2,281 na máxima do dia, a divisa norte-americana encerrou vendida a R$ 2,258.

Segundo o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, que pediu para não ser identificado, o avanço do dólar atraiu investidores para a venda no fim da sessão, o que fez com que o dólar chegasse cair 0,18% na cotação mínima.

O mercado doméstico, entretanto, permanece bastante atrelado ao front externo, ponderou o executivo.

“Ainda tem repercussão de Bernanke de ontem. No consenso global, ele mostrou que a preocupação maior é a inflação, mais do que a desaceleração da economia, e isso trouxe esse estresse”, disse o gerente, citando os comentários da véspera do chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke.

“Apesar de aqui os fundamentos estarem bons, isso mexe com o investidor, por isso que (o quadro externo) está dando o tom, a gente é mercado emergente e sofre com isso.” Ele reiterou que, em momentos de incerteza, o aplicador tende a procurar ativos de menor risco.

No ambiente internacional, as bolsas de valores norte-americanas recuavam nesta tarde, enquanto o dólar se valorizava frente a outras divisas. O risco-país subia 4 pontos, para 268 pontos-básicos sobre os Treasuries.

O economista Sidnei Moura Nehme, diretor-executivo da corretora de câmbio NGO, destacou em relatório que o chairman do Fed apontou para “o pior dos cenários: economia em desaquecimento com sinais de aquecimento de inflação”.

“Elevar o juro para conter a inflação pode provocar uma desaceleração maior que acabe, por si só, a tendência de a inflação se aquecer. Ficará a impressão de que a elevação do juro foi desnecessária”, completou o economista, lembrando que qualquer decisão norte-americana afeta a economia global.

Nehme citou que o cenário mais provável neste momento é que o Fed eleve o juro para 5,25% na reunião deste mês e, em seguida, faça uma pausa no ciclo de aperto monetário.

“O cenário sugere volatilidade, esta é a característica marcante quando estão presentes a incerteza e a insegurança. E, ainda mais quando tem no centro da questão o novo presidente do Fed, haverá sempre um enigma difícil de entender efetivamente qual será o passo seguinte”, acrescentou o relatório.

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