As medidas anunciadas hoje pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, dividem opiniões entre os agricultores de Mato Grosso. Para Neri Gheller, que representou os agricultores de Lucas do Rio Verde, foi decepcionante. “De três reivindicações básicas do nosso movimento, ele atendeu uma, e ainda parcialmente. Nós não queremos medidas paliativas. Os agricultores que já venderam 40 a 50% da soja, não serão muito favorecidos com essa medida”, destacou.
Antônio Galvan, de Sinop, disse que a medida vai ajudar “meia dúzia de produtores que ainda não venderam seu produto. Dentro da necessidade do preço da soja, claro que vai ajudar, mas como vai ficar aquele que já vendeu tudo, que estava mais apurado?”, questiona.
Para Pedro Ferronato, de Sorriso, não foi uma decepção total. “A gente entende que não é possível resolver tudo do dia para a noite. Como medida emergencial, vai auxiliar sim os produtores. Representa cerca de R$6 a mais por saca e a ajuda é muito bem-vinda”, frisou.
Rodrigues anunciou hoje a liberação de R$ 1 bilhão para garantir preços mínimos para a soja e prometeu anunciar uma reestruturação, com atendimento de outras reivindicações feitas pelos agricultores de Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, no próximo dia 25, quando lança o Plano Safra.
“Ele se comprometeu a estruturar a política agrícola, para que a região centro-oeste tenha condição de produzir na próxima safra. Enquanto isso, vamos continuar mobilizados”, disse Gheller.
Galvan anunciou que o Grito do Ipiranga vai continuar até dia 25, mas deverá ser reformulado. “Devemos voltar ao sistema antigo, retendo apenas grãos e não radicalizar como vinha sendo feito nos últimos dias. Vamos dar uma trégua”, afirmou.