O ‘boom’ da construção civil no Brasil e, particularmente, em Mato Grosso, foi o principal aspecto apontado pelos profissionais da área no dia do engenheiro e do arquiteto, comemorado ontem. Conforme o presidente do Sindicato das Indústrias de Materiais de Construção do Estado de Mato Grosso (Sinduscon-MT), Luiz Carlos Richter Fernandes, arquitetos e engenheiros vivenciam um momento de ampla possibilidade de crescimento profissional em função do elevado número de obras em andamento no país.
Apesar da satisfação em participar do crescimento econômico brasileiro, o presidente do Sinduscon-MT pondera que os profissionais têm enorme responsabilidade sobre esse processo, devendo exercer a profissão com ética e seriedade. “A responsabilidade é grande porque todo crescimento econômico, traduzido em obras de infra-estrutura, passa pelas mãos desses profissionais. Eles acompanham desde a elaboração do projeto, ao gerenciamento e conclusão”, destaca.
Segundo a arquiteta e urbanista Olga Maria Pinto (26), o mercado começou a melhorar para os profissionais da área há cinco anos, quando a Prefeitura de Cuiabá passou a exigir a assinatura de um profissional habilitado como pressuposto para a concessão de alvará de construção. “Independente do tamanho da obra, há necessidade de acompanhamento por ao menos um engenheiro e um arquiteto”, explica.
Outro fator que impulsionou a demanda por serviços na área de arquitetura foi à facilitação do acesso das classes menos favorecidas a estes profissionais. “Há algum tempo, contratar arquiteto era coisa de gente rica. Hoje qualquer pessoa que queira fazer uma obra precisa necessariamente de um. Com o aumento da concorrência, o preço do serviço também caiu muito”, avalia.
Há cinco anos no mercado de trabalho, Olga Pinto enfatiza que as dificuldades para quem está começando são similares às de outras profissões. “Não dá para abrir escritório próprio sem experiência e contato. Pelo menos nos oito primeiros anos de formado, o profissional trabalha no escritório de algum outro arquiteto famoso. Somente depois de ter um nome de credibilidade no mercado, é que se arrisca a abrir algo próprio e lucrativo”, conta.
O engenheiro civil Marcos Negretti (23) acredita que há oportunidade de trabalho em todos os campos, porém falta profissional qualificado. “Na engenharia não é diferente. Mato Grosso passa por um excelente momento de liberação de recursos para obras de infra-estrutura, mas ainda carecemos de bons engenheiros. Em função disso, acabamos perdendo mercado para os profissionais de outros Estados”, avalia.