terça-feira, 14/maio/2024
PUBLICIDADE

Mato Grosso quer poliduto para expandir produção de etanol

PUBLICIDADE

Com a crescente expansão do setor sucroalcooleiro, Mato Grosso se prepara agora para avançar, a exemplo do Brasil, na produção de etanol à base de cana-de-açúcar. Com a plantação da cultura em 220 mil hectares, o Estado estima produzir para a safra 2007/2008, 800 milhões de litros de álcool.

Com base nesses números, o Estado é um dos mais promissores para o aumento da produção de etanol, combustível que tem a sua demanda crescente a cada ano – os números da indústria automobilística demonstram a expansão, pois, atualmente, 88% dos carros vendidos no país são no modelo Flex, que podem utilizar como combustível o álcool ou gasolina.

Com a estratégia de discutir o mercado em expansão, questões ambientais, trabalhistas, de logística, parlamentares, representantes de entidades como Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt), Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Assembléia Legislativa se reuniram ontem, em Cuiabá, no seminário “Etanol – Mato Grosso/Brasil – Oportunidades e Desafios”, com a participação do ex-ministro da Agricultura, Antônio Cabrera e do presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

A logística para expansão do mercado do etanol no Centro-Oeste, principalmente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul permeou as discussões do seminário e foi definida pelos participantes como condição primordial para que essa expansão se concretize. Entre um dos mecanismos para melhoria da logística está a construção de um poliduto, que será executada pela Transpetro (subsidiária de transporte e logística da Petrobras) tem 900 km na primeira etapa, saindo da Refinaria no Paraná, passando pelo terminal de Londrina, terminal hidroviário de Bataguassu (MS), e chegando até Campo Grande (MS). Com essa obra, que consta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e previsão de que seja concluía até 2011, parte do etanol produzido no Centro-Oeste será escoada pelo porto de Paranaguá.

O desafio apresentado por entidades e empresários do setor é trazer o poliduto até Cuiabá, ou até a região produtora de Mato Grosso. O presidente da Transpetro admitiu que o compromisso de produção do etanol é que determinará a execução dessa etapa em Cuiabá e afirmou ainda que o volume do produto transportado definirá também os custos, pois quanto mais combustível passar pelos dutos, menores serão os custos destes. O poliduto transportará o etanol de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e de parte do Norte paranaense até Paranaguá (PR) também trará de volta dois outros combustíveis – gasolina e diesel.

“O Brasil é um país extremamente competitivo na produção de etanol e para isso precisamos adequar infra-estrutura e produção. E estamos em uma época que não dá mais para investir primeiro em infra-estrutura e aguardar a produção. E a parceria entre os dois Estados é um dos caminhos para que o potencial do Centro-Oeste se solidifique na produção sucroalcooleira”, afirmou Sérgio Machado acrescentando que a garantia de produção é um dos compromissos para que o poliduto tenha viabilidade.

Conforme estimativa do Sindicato das Indústrias Sucroalcoleiras de Mato Grosso (Sindalcool), para a viabilização do poliduto, Mato Grosso deve produzir em torno de 2,8 bilhões de litros de álcool, o que significa triplicar a produção atual, de 800 milhões de litros anuais. A expectativa do Sindalcool é que o Estado alcance essa produção dentro de quatro anos, quando então, segundo estima o Governo Federal, o poliduto esteja concluído.

O diretor do Sindalcool, Jorge Santos frisa ainda que além da garantia de produção, outro marco regulatório para a construção do poliduto é o licenciamento ambiental. “Além de necessitarmos de definições ambientais, a produção tem ser definida em questões ambientalmente corretas e economicamente viáveis”, acrescentou Jorge.

Estudos do Sindalcool apontam que o transporte do etanol pelo poliduto possibilitará a redução de até 70% nos preços dos fretes, o que representa 25% dos custos de produção. Todo o álcool a ser transportado pelo poliduto será destinado à exportação. O mercado mato-grossense absorve 25% da produção de álcool.

COMPARTILHE:

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

PUBLICIDADE