A Empresa Distribuidora de Gás Sucre (Endigas) quer expandir os negócios no lado boliviano em especial no Norte do País e também em três estados brasileiros que fazem fronteira com a Bolívia. Mas para atingir o território na Bolívia, localizado na Amazônia boliviana, é necessário transitar por estradas brasileiras. Por isso, o plano prevê a instalação de uma base em Cáceres de onde partiriam caminhões carregados com gás em estado criogênico que atenderiam o mercado em Mato Grosso, Rondônia e Acre atingindo também os Departamentos de Beni e de Pando na Bolívia.
O projeto, cujo potencial de venda é estimado em 400 milhões de pés cúbicos de gás, foi apresentado na manhã desta quarta-feira ao governador Blairo Maggi pelo senador nacional da Bolívia pelo Departamento de Beni Said Zeitún López e pelo gerente de Desenvolvimento de Projetos da Emdigas, engenheiro Jorge Calderón Claure. Também acompanharam o encontro os secretários Cloves Vettorato (Projetos Estratégicos) e José Carlos Dias (Comunicação Social).
Como para fazer o transporte do gás comprimido em caminhões serão utilizadas as rodovias brasileiras – BRs 174 e 364 -, o senador López veio comunicar pessoalmente ao governador Blairo Maggi da iniciativa boliviana de desenvolver um mercado promissor de forma conjunta. A previsão de investimento em infra-estrutura – que inclui uma ligação do gasoduto que passa por Cáceres até a base – é de US$ 15 milhões até o final do próximo ano quando a base estará concluída e, a partir de Cáceres, os caminhões partirão levando o gás natural. A partir dessa base o mercado de Mato Grosso seria atendido juntamente com Rondônia e Acre e também o Norte da Bolívia.
Na rota para se chegar a Amazônia boliviana, os caminhões seguirão de Cáceres pela BR-174 até Vilhena, em Rondônia. Esse ponto é o entroncamento com a BR-364 de onde se chega a Guajará-Mirim (RO) e até o Departamento de Beni (capital Trinidad) na Bolívia. Seguindo até o Acre pela BR-364 pode-se chegar até o Departamento de Pando (capital Cobija). Em Cáceres, o gás natural que vem da Bolívia através do gasoduto será processado e submetido ao processo criogênico onde a temperatura é baixada a 180 graus abaixo de zero. O volume do gás nesse processo fica reduzido a 600 vezes facilitando o transporte em caminhões.
“Queremos criar políticas de integração estrutural entre nossas fronteiras que estão isoladas. Desejamos que esse desenvolvimento seja uma realidade”, disse o senador López, que também tem o interesse de desenvolver com o apoio de Mato Grosso a agricultura no Departamento de Beni. Para o parlamentar boliviano, o trânsito por Mato Grosso poderá suprir deficiências energéticas tanto em nosso Estado como nos Estados de Rondônia e Acre, além dos departamentos bolivianos. “Decidimos iniciar nossa visita com o governador de Mato Grosso para lhe comunicar de nossa preocupação para cobrir a demanda de gás no Norte da Bolívia ao mesmo tempo em que as redes de transporte de energia poderão atender os estados brasileiros que fazem fronteira”, explicou o senador López.
O gerente de Desenvolvimento de Projetos da empresa boliviana, Jorge Calderón Claure ainda está levantando o potencial do mercado a ser atingido. Mas levantamento preliminar indica que o mercado é bastante amplo e seria duzentas vezes maior em relação à demanda boliviana que é de dois milhões de pés cúbicos. “Existem muitas aplicações para o gás natural que é mais limpo e mais barato e pode ser utilizado no transporte urbano, como combustível para veículos, para geração de energia elétrica, para bombear água e através de uma rede canalizada tanto pode abastecer domicílios como indústrias”, explicou Claure, que destacou no governador seu perfil de “homem visionário”. “Ele luta pelo desenvolvimento de Mato Grosso e será muito bom ter um parceiro de trabalho como o governador de Mato Grosso”, afirmou.
A sede da Emdigas fica em Sucre, capital do Departamento de Chuquisica e que é também a capital constitucional da Bolívia (Sede do Poder Judiciário). A empresa opera na distribuição de gás canalizado e na distribuição de gás veicular comprimido em Sucre, Santa Cruz de La Sierra e La Paz, capital boliviana onde fica a sede do Governo. A Emdigas trabalha ainda na geração de energia elétrica no Departamento de Tarija, onde se encontram reservas de gás natura
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Mato Grosso pode ter unidade de distribuidora de gás boliviano
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