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Mato Grosso pode interromper fornecimento de energia para Bolívia

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O governo do Estado estuda a possibilidade de cortar o fornecimento de energia elétrica para a cidade de San Matias, na Bolívia, caso o país vizinho não feche o entendimento para voltar a fornecer o gás natural para a Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá). Quem afirma é o secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Pedro Nadaf. Ele diz que essa seria uma atitude extrema e que não é a intenção do governo prejudicar o povo boliviano. Mas a questão é analisada porque a população mato-grossense também está sendo muito prejudicada pela falta do gás.

“A situação nos obriga a defender os interesses da sociedade mato-grossense”. Nadaf explica que é o linhão de Mato Grosso que leva energia elétrica para a cidade boliviana que faz fronteira com o município mato-grossense de Cáceres. E Mato Grosso é exportador de energia. Por isso, o governo inicia estudos sobre como essa medida poderia ser adotada. O secretário deixa claro que não se trata de um ato de vandalismo, mas ele entende que situações extremadas merecem atos extremos. Ou seja, se a Bolívia continuar resistindo em assinar o contrato para retomada do fornecimento de gás, o governo precisa tomar providências mais enérgicas.

O reabastecimento do gás natural está dependendo apenas da assinatura de um contrato elaborado exclusivamente para que a válvula de onde se retira o produto, que então é transformado em Gás Natural Veicular (GNV), seja reaberta. O governo aguarda há mais de uma semana uma resposta da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), mas não há definição.

Esse contrato foi feito somente para resolver a questão do GNV, já que o fornecimento normal de gás natural, que também serve para geração de energia elétrica, foi interrompido há mais de um ano, em 1º de setembro de 2007. A pendência é também o contrato entre a YPFB e a Empresa Pantanal Energia (EPE), que administra a Termelétrica de Cuiabá. Quando aconteceu a interrupção do envio do gás natural, o governo garantiu que pelo menos o GNV continuaria sendo fornecido, o que não aconteceu.

Desta vez, a Companhia Mato-grossense de Gás (MT Gás) suspendeu o fornecimento de GNV aos cindo postos de combustíveis que comercializam o produto em Cuiabá e Várzea Grande. A estatal diz que não tem o produto porque ele deixou de ser fornecido à usina. É a termelétrica que tem autorização de importar o combustível e entregar à MT Gás.

A situação causa prejuízo aos postos, que têm gastos fixos para trabalhar com o GNV e aos taxistas, principalmente, porque eles têm que pagar mais pelo álcool ou pela gasolina para continuar rodando. A instabilidade no fornecimento de gás pela Bolívia já levou oficinas de conversão de motores a fechar as portas.

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