A expectativa era de alcançar US$ 7 bilhões nas exportações mato-grossenses até dezembro deste ano, feito já conseguido no mês de agosto. Faltando ainda um quadrimestre para o fim de 2008, agora a perspectiva é que o Estado alcance a cifra de US$ 8 bilhões”, avalia o presidente em exercício do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), Jandir Milan. De acordo com a análise da instituição, Mato Grosso acumula em agosto, um superávit na balança comercial de US$ 4,51 bilhões, valor 62% maior do que no mesmo período do ano passado.
Até agosto deste ano, o valor acumulado somou US$ 5,42 bilhões, representando aumento de 66%, em relação aos US$ 3,26 bilhões do mesmo período de 2007. Este valor acumulado ultrapassa também os US$ 5,13 bilhões totalizados de janeiro a dezembro do ano passado. O Estado continua ocupando a 10ª posição no ranking nacional, aumentando para 4,14% a participação nas vendas externas do país e mantendo o percentual de 54,5% das exportações da região Centro-Oeste. “Mato Grosso representa 26% do superávit brasileiro, ou seja, ¼ do índice nacional. Tamanha relevância para o país deveria ser mais explorada e o Estado deve ser mais valorizado pela imprensa nacional”.
A União Européia e a Ásia continuam sendo os principais destinos das exportações mato-grossenses, respondendo por 42,7% e 38,4% do total, respectivamente. A China, com 25,9% individualmente, lidera o ranking, seguida da Holanda e da Espanha, com 16,6% e 10,2%, respectivamente. “Com a ativação nas novas plantas agroindustriais em Mato Grosso, a tendência é que aumente não só o montante das exportações, como também a diversificação, a pulverização dos produtos para outros países”, afirma o presidente. Para ele, Mato Grosso deve investir mais no mercado japonês, que mostra bastante interesse nos produtos regionais. “O país ainda não tem muita representatividade na pauta de exportações do Estado, fato que pode gerar novas oportunidades de abertura de mercado”.
As importações acumulam US$ 905,62 milhões, sendo maiores do que o montante de US$ 477,51 milhões no ano passado. Tal valor representa o dobro do valor apresentado no referido período em 2007, com índice de crescimento de 89,6%, ou seja, mais elevado que o crescimento das exportações. Continuam prevalecendo na pauta as compras de insumos agropecuários e outros bens intermediários, complementados por bens de capital, especialmente máquinas e equipamentos (4,5% das importações). Os nossos principais fornecedores externos foram, pela ordem, a Rússia e a Belarus com 31%, o Canadá com 11,8% e Israel com 7,9%, seguidos de diversos outros com menores participações.
As exportações de soja-grão e derivados totalizaram US$ 4,11 bilhões, registrando aumento de 88% em relação a 2007. Tal valor responde por 75,8% do total das exportações estaduais, continuando a recuperação da participação dos produtos na pauta, dado que no mesmo período de 2007 representavam 66,8%. Mato Grosso contribuiu com 35% do volume físico exportado de soja-grão do país, com 26% do farelo de soja e com 15% de óleo de soja, no acumulado janeiro a agosto.
As exportações estaduais de carnes apresentam crescimento de 29,4% em valor, mesmo com 4,9% de queda no volume embarcado, explicados pelos significativos aumentos de preços internacionais. A carne bovina lidera em valor e em volume exportado, atingindo US$ 476,9 milhões de faturamento e ‘quantum físico’ superando 130 mil toneladas.
As vendas externas de carnes de aves registram aumentos ainda mais expressivos de 92,5% no faturamento, com incremento de apenas 28,6% no volume físico, por conta do aumento de preço de 49,7% em relação a agosto de 2007. A carne suína continua com redução de 44,5% no volume físico comercializado, o que resulta na queda de 12,4% no faturamento, dado o aumento de 58% no preço internacional do produto.
As exportações estaduais do setor de base florestal continuam apresentando retração de 6,6% em relação ao mesmo período de 2007. “As vendas fortemente concentradas em madeira serrada e compensada, por conta da crise imobiliária americana e pela valorização do Real, têm perdido competitividade, daí a explicação para a forte queda dos volumes exportados, contrapondo também com o aquecimento do setor de construção civil, no mercado interno”, explica o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo. Os dados foram divulgados durante coletiva de imprensa, que contou também com a participação do superintendente de Indústria da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Sérgio Romani, e do técnico da secretaria, Paulo Henrique Ribeiro Coelho Cruz.