Ajuda mútua e cooperação. Essas são, entre outras, as principais características de uma Sociedade de Garantia de Crédito (SGC). A implantação desta em uma determinada região beneficia toda a comunidade, já que promove o desenvolvimento econômico e social, geração de emprego e renda e aumento do número de empresas e investimentos locais. Em Mato Grosso, a criação da SGC foi discutida ontem entre entidades do setor produtivo sede do Sistema Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Sistema Fiemt), ocorreu mais uma reunião com os representantes classistas para tratar sobre o assunto, com a presença do secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Pedro Nadaf.
Por meio de uma SGC, o pequeno empresário consegue obter as garantias complementares exigidas pelos bancos, fato considerado hoje como um dos principais gargalos para obtenção de crédito. O assunto é recente no Brasil, diferentemente de países como Itália, Espanha, Alemanha, Argentina, Chile. Para mudar esta realidade nacional, iniciativa privada e governo têm incentivado e debatido a constituição dessas sociedades pelo país. Em Mato Grosso, a discussão envolve a Fiemt, as Federações do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio), das Associações Comerciais e Empresariais (Facmat), da Agricultura e Pecuária (Famato), das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado (FCDL), além da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL), e a Sicme.
Para a implantação de uma SGC, é necessária a aprovação da carta-consulta, enviada ao Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), instituição responsável por parte do aporte financeiro e do projeto SGC no país. Mato Grosso já tem o documento aprovado e as reuniões entre as entidades representativas, agora, giram em torno da constituição legal da Sociedade e da busca pela parceria com os bancos. “A princípio, a SGC atenderá apenas a Baixada Cuiabana, mas o objetivo é estendê-la para todo o Estado”, avalia o presidente do Sistema Fiemt, Mauro Mendes.
“Porém, é importante ressaltar que a SGC não garante 100% da operação, e sim complementa as garantias exigidas pelos bancos”, pontua o presidente do Sistema Fiemt. De acordo com Mendes, esta mobilização de entidades do setor produtivo para a implantação de uma SGC é uma ação inédita no país. “As instituições, por si só, são formadoras de opinião e têm credibilidade junto à sociedade e classe empresarial. Portanto, esta iniciativa ter à frente representantes classistas já é o primeiro grande passo para o sucesso da SGC no Estado”. O grupo volta a se reunir na próxima semana para discutir o assunto.
COMO FUNCIONA UMA SGC – As empresas de uma determinada região se juntam ao poder público e a outras instituições de apoio para aporte de recursos, visando formar um fundo garantidor de crédito que avalizará as operações dos associados. Antes de conceder o aval, especialistas fazem uma rigorosa avaliação financeira do projeto e verificam se a empresa tem ou não capacidade de pagamento. Além disso, a empresa associada recebe uma assessoria econômica/financeira, que ajuda a reduzir riscos, tanto para o empresário quanto para os bancos.
BRASIL – No país, só existe uma Sociedade de Garantia de Crédito em funcionamento. Trata-se da Associação de Garantia de Crédito (AGC) Serra Gaúcha, que foi implantada em 2003, após um trabalho conjunto entre Sebrae Nacional, Sebrae-RS, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Secretaria do Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais do Governo do Estado do Rio Grande do Sul (Sedai) e Câmara de Indústria e Comércio do Estado.