A partir do quarto dia da operação Madona, os consumidores começaram a sentir alívio no bolso. Os preços dos combustíveis nos postos de Cuiabá estão até 15,4% menores se comparados aos praticados antes de o Grupo de Atuação de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual deflagrar a operação. A previsão é que nos próximos dias o valor baixe ainda mais, pois os articuladores do possível cartel em Cuiabá e Várzea Grande foram presos e interrogados pela Justiça.
Ontem, o litro do álcool estava sendo vendido por até R$ 1,26, contra R$ 1,49, anteriormente, mas que ainda está sendo cobrado em alguns postos. Em outros estabelecimentos, o preço está R$ 1,47. A gasolina teve uma redução de 4,8%, na comparação dos preços praticados ontem aos de terça-feira (22), por exemplo, quando a operação ainda não havia sido deflagrada. O litro está sendo comercializado por até R$ 2,75 ante os R$ 2,89 cobrados antes, porém ainda permanecem os mesmos em alguns postos. Outro valor bastante encontrado, principalmente ao longo da avenida Miguel Sutil, é de R$ 2,87. O diesel também sofreu redução. Está sendo oferecido a R$ 2,15, 1,82% menor que o anterior, R$ 2,19. Há postos que vendem também por R$ 2,17.
Apesar de os consumidores estarem aproveitando a baixa do preço dos combustíveis e parabenizando a ação do MP mato-grossense, a dúvida que paira no ar é de quanto tempo deve durar esta redução. Para o bancário Isaías Antônio Rezende, a existência de cartel já era sabida, o que se precisava era de provas, pois a diferença nos postos era de apenas R$ 0,02. “Mas já vimos várias ações envolvendo combustíveis mas que não cujos preços não ficaram baixos por mais de seis meses”, diz ao revelar que no mês gasta cerca de R$ 400 e que agora economizará cerca de R$ 100, com a redução no valor do álcool.
A dentista Vânia Barbosa, afirma que viaja bastante por Mato Grosso e que a alta nos preços é verificada principalmente nos postos do interior do Estado. Ela afirma que encheu o tanque (50 litros) em Nova Mutum na quinta-feira por R$ 1,79 (álcool) onde pagou R$ 89,50 e que em Cuiabá abasteceu ontem por R$ 1,47, totalizando R$ 73,50, o que no final das contas gera uma economia de R$ 16.
Para o promotor de eventos Marco Antônio Carvalho, a economia de dinheiro com a baixa nos valores poderá ser revertida em outros serviços como troca de óleo ou até mesmo abastecer. O taxista Rodrigo Antônio de Freitas, diz que ainda não calculou a diferença, mas destaca que será significativa. “O carro roda o dia todo e encho o tanque a cada dois ou três dias, mas a preocupação é que não sabemos se ainda vai permanecer este preço”.
A operação começou no dia 23 e cumpriu nove mandados de prisão e 12 mandados de busca e apreensão. Ainda estão presos o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetroleo), José Fernando Chaparro, e Nilson Teixeira, ex-gerente das factorings de João Arcanjo Ribeiro, e proprietário da rede de postos América. Na sexta-feira à noite (23h), foram liberados Osrisvaldo Jacomini e Paulo Roberto da Costa Passos, o primeiro gerente da distribuidora Simarelli e o segundo funcionário de posto da mesma bandeira. Sobre a prorrogação da prisão temporária de Chaparro e Teixeira, que termina hoje, o promotor de Justiça, Célio Wilson, diz apenas que está analisando.