O contribuinte mato-grossense pagou cerca de R$ 993 milhões em impostos, nos primeiros 2 meses deste ano. O volume é 13% superior ao que foi arrecadado no Estado no mesmo período do ano passado, quando somou aproximadamente R$ 877 milhões. Em relação ao total de tributos pago no Brasil, calculado em R$ 200 bilhões, a arrecadação de Mato Grosso representa nem 0,5% desse valor. Os dados são estimados pelo site o “Impostômetro” da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
Na projeção do Impostrômetro, a arrecadação tributária de Mato Grosso alcançaria R$ 5,8 bilhões até o fim deste ano, sendo quase 10% superior a total pago pelos contribuintes em 2009, de R$ 5,3 bilhões. Para 2011, a arrecadação dos 2 primeiros meses chegaria já R$ 1,1 bilhão, totalizando R$ 6,3 bilhões até o final do ano. Para o economista e tributólogo João Galdino de Medeiros, a divisão desses recursos precisaria ser revista pelo governo. “Temos uma razoável aplicação dos tributos arrecadados no Estado, porém uma péssima distribuição nos municípios”, destaca Medeiros acrescentando que o aumento na arrecadação tributária de Mato Grosso pode representar um crescimento da economia.
Segundo ele, um investimento maior deveria ser direcionado à infraestrutura e saúde. “Destacando as necessidades da Capital mato-grossense”. O tributólogo defende que a cobrança dos impostos deveria ser mais esclarecida para a população. “O contribuinte devia saber para onde vai os recursos e o que está sendo cobrado”, é que também acredita o diretor regional do IBPT, Darius Canavarros. De acordo com ele, a carga tributária no país deveria ser reestruturada.
Conforme o Impostômetro, com o valor arrecadado desde o primeiro dia de janeiro até o início de março deste ano, seria possível construir 48,382 mil casas populares de 40 m2 ou 12,398 mil km de redes de esgoto. A quantia arrecadada também poderia ser aplicada na construção de 3,951 mil postos de saúde ou 21,103 mil postos policiais equipados. Dos estimados R$ 993 milhões que os mato-grossenses pagaram em impostos neste ano, 13,69% foram arrecadados em Cuiabá, totalizando R$ 136 milhões.
Com esse volume é possível construir mais de 11,382 mil salas de aula equipadas, ou contratar mais de 9,756 mil policiais por ano ou 11,775 mil professores do ensino fundamental por ano. Já o contribuinte de Várzea Grande pagou R$ 10 milhões em tributos, que poderia ser aplicado na construção de 10 km asfaltado de estradas ou no pagamento de 24,611 mil salários mínimos. Em Rondonópolis, a arrecadação de impostos totalizou R$ 63 milhões, cujo valor seria suficiente para comprar mais de 888 ambulâncias equipadas ou 310,714 mil cestas básicas. O site mostra que, a arrecadação nacional, de R$ 200 bilhões, seria suficiente para fornecer medicamentos para todos os brasileiros por 89 meses.