O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros Selic em 11,25% ao ano. Nota à imprensa divulgada há pouco pela assessoria de imprensa do BC diz apenas que “avaliando a conjuntura macroeconômica e o cenário prospectivo para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 11,25% ao ano, sem viés”.
Foi a segunda reunião consecutiva de manutenção da taxa. Na reunião anterior, nos dias 17 e 18 de outubro, depois de 18 cortes, os diretores do Banco Central que participam do Copom decidiram pela manutenção da Selic.
Embora a decisão já fosse esperada pela maioria dos analistas de mercado, alguns acreditam que haveria espaço para uma nova redução.
“Já esperávamos esta decisão, devido ao caráter conservador que o Banco Central sempre tem”, comentou o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira.
“Estamos no fim do ano, com certeza eles [os diretores] optaram por esperar um novo ano chegar e ver como as coisas ficam”, afirmou Oliveira.
Oliveira disse, no entanto, que todos os indicadores mostravam que a taxa poderia ser reduzida. “A taxa de juro real hoje é extremamente elevada e não há nada que possa ameaçá-la. A inflação está dentro da meta, o câmbio voltou para seu patamar normal, não havendo assim uma preocupação de elevação dos preços no atacado por conta de uma desvalorização cambial”.
Ele citou ainda que até mesmo uma possível influencia da turbulência no mercado de crédito imobiliário dos Estados Unidos não afetaria a economia brasileira.
“O governo americano tem sinalizado que não deixará esta crise contaminar a economia real, além de que deveremos ter novas reduções nos juros americanos, como já sinalizou o FED [Banco Central americano]”.